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EUA realizaram simulação de ataque nuclear preventivo contra a Rússia, denuncia Moscou

De acordo com Andrey Belousov, mísseis nucleares foram utilizados nos exercícios, que ocorreram no mês passado.
EUA realizaram simulação de ataque nuclear preventivo contra a Rússia, denuncia MoscouSputnik / Dmitry Kharichkov

Andrey Belousov, ministro da Defesa da Rússia, denunciou nesta quarta-feira (4) que o último exercício das forças ofensivas estratégicas norte-americanas envolveu a simulação de um ataque preventivo contra o território russo, e que mísseis nucleares foram utilizados na ocasião.

Durante uma reunião com os membros permanentes do Conselho de Segurança da Rússia, na qual também esteve presente o presidente Vladimir Putin, o ministro da Defesa afirmou que as ações dos EUA indicam "inequivocamente" que o país está intensificando ativamente suas armas estratégicas ofensivas.

Nessa linha, Belousov denunciou que Washington planeja implantar mísseis na Europa e na região Ásia-Pacífico, com um tempo de voo da Alemanha até o centro da Rússia de seis a sete minutos. Segundo ele, os EUA também trabalham no desenvolvimento de um novo míssil intercontinental com ogiva nuclear e alcance de 13 mil quilômetros.

"Destruição do sistema de estabilidade"

Ao comentar os exercícios de simulação contra a Rússia, Belousov afirmou:

"Washington realiza exercícios regularmente com suas forças estratégicas ofensivas. O último desses exercícios, o Global Thunder 2025, que incluiu a prática de ataques nucleares preventivos com mísseis contra o território russo, ocorreu em outubro deste ano", informou. "Em termos gerais, trata-se de um conjunto único de medidas que inclui, entre outras coisas, os possíveis planos dos Estados Unidos para realizar testes nucleares, e que aumentam substancialmente o nível de perigo militar para a Rússia", explicou o alto funcionário.

O ministro também lembrou que Washington saiu "consecutivamente" de tratados que estiveram em vigor durante muitos anos no âmbito da redução e limitação de armamentos, o que poderia levar à "destruição do sistema de estabilidade estratégica global no mundo".

Ações de Washington

Nesta quarta-feira (4), o Comando de Ataque Global da Força Aérea dos EUA (AFGSC, na sigla em inglês) realizou um lançamento de teste de um míssil balístico intercontinental Minuteman III não armado a partir da base da Força Espacial Vandenberg, na Califórnia.

O veículo de reentrada do míssil não armado percorreu aproximadamente 6.760 quilômetros até chegar ao local de testes de defesa antimísseis Ronald Reagan do Comando de Defesa Espacial e Mísseis do Exército dos EUA, localizado no atol de Kwajalein, nas Ilhas Marshall.

Os EUA alegaram que o lançamento faz parte de "uma série de atividades rotineiras e periódicas essenciais" que servem para "avaliar e validar as capacidades do Minuteman III".

Este é o primeiro teste de mísseis balísticos dos EUA desde os comentários do presidente Donald Trump na última quinta-feira, quando ordenou o início de testes nucleares. O mandatário afirmou que tomou tal decisão "devido aos programas de testes de outros países".

Reação de Moscou

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, declarou que seu país não ameaça ninguém, mas "desenvolve seu potencial nuclear conforme anunciado", assim como todas as outras potências nucleares.

"Tudo o que estamos discutindo agora é um trabalho anunciado há muito tempo. Todos os nossos planos para criar sistemas de armamento promissores, desenvolver o complexo industrial de defesa e equipar o exército e a frota da Rússia com tecnologia e armamento modernos estão sendo realizados", afirmou.

Por sua vez, o porta-voz presidencial russo, Dmitry Peskov, enfatizou que a posição de Moscou sobre o assunto é que, se algum país se afastar da moratória unilateral e voluntária de abster-se de testes nucleares, a Rússia agirá de acordo com a situação e responderá simetricamente.

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