O vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Ryabkov, afirmou nesta quarta-feira (5) que apenas os Estados Unidos são responsáveis pela crescente tensão provocada por sua presença militar próxima à Venezuela.
"Acreditamos que o aumento injustificado das forças americanas no sul do Caribe (e em outros lugares) está criando uma situação de tensão crescente, e ninguém além dos próprios Estados Unidos é culpado por isso", disse Ryabkov.
O diplomata ressaltou que "o lado venezuelano está fazendo todo o possível para impedir o tráfico de drogas na região".
"Neste caso, nos referimos aos relatórios relevantes do UNODC (Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime), e o Departamento de Estado, numa fase anterior, que reconheceram o fato de que os chamados cartéis de droga, atualmente em discussão, não possuem qualquer relação com a Venezuela", acrescentou o vice-chanceler.
Agressões dos Estados Unidos
- Em agosto, os Estados Unidos enviaram navios de guerra, um submarino, caças e tropas ao sul do Caribe, próximo à costa da Venezuela, usando como pretexto "combater o narcotráfico". Desde então, foram realizados vários bombardeios a supostos lanchas com drogas no mar do Caribe e no Oceano Pacífico, deixando dezenas de mortos.
- Washington acusou o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, sem provas ou fundamento, de liderar um suposto cartel de drogas. As mesmas acusações foram feitas contra o presidente colombiano Gustavo Petro, que condenou os ataques mortais contra embarcações nas águas da região.
- Em meados de outubro, o presidente dos EUA, Donald Trump, admitiu ter autorizado a CIA a fazer operações secretas em território venezuelano. Em resposta, Maduro perguntou: "Alguém acredita que a CIA não opera na Venezuela há 60 anos?" "Alguém acredita que a CIA não conspira contra o comandante Chávez e contra mim há 26 anos?".
- As ações e pressões de Washington foram classificadas por Caracas como uma agressão, que questiona a real razão por trás das operações.
- O alto comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Volker Türk, condenou os bombardeios feitos pelos EUA contra pequenas embarcações, supostamente para combater o narcotráfico, que resultaram em mais de 60 mortos. Especialistas e governos classificaram os ataques como execuções extrajudiciais.