Artista pede desculpas após reproduzir arco de campo de concentração nazista em desfile escolar

Réplica de portão de Auschwitz foi exibida em carro alegórico de escola católica na Pensilvânia (EUA).

O artista Galen Shelly, da Pensilvânia (EUA), pediu desculpas após criar uma réplica do arco de entrada de um campo de concentração nazista em um carro alegórico de Halloween.

A peça foi montada para uma apresentação da escola St. Joseph, realizada no dia 30 de outubro em Hanover, e gerou reação imediata da diocese local e da comunidade, informou o The Guardian nesta terça-feira (4).

"Eu não tive má intenção", afirmou Shelly, acrescentando que havia cometido um "erro" e que sentia muito.

Enquanto se desculpava pela situação, o artista relatou ao site PennLive que o arco e lanternas que havia encomendado para o desfile não chegaram a tempo - o que o levou a procurar por imagens na internet de portões de cemitério, buscando representar a ideia de que "nenhum de nós sai desta vida vivo". 

O mal-entendido resultou na replicação de uma foto da entrada do campo de Auschwitz, com a inscrição "Arbeit Macht Frei" ("O trabalho liberta"). O local foi o maior símbolo do holocausto perpetrado pela Alemanha nazista contra milhões de pessoas, incluindo judeus, povos roma (ciganos) e homossexuais.

O bispo de Harrisburg, Timothy Senior, disse estar "chocado e horrorizado" com o caso e pediu desculpas em nome da igreja. Segundo ele, o elemento foi inserido tardiamente e não fazia parte do projeto aprovado.

"A inclusão desta imagem, que representa o sofrimento e assassinato de milhões de pessoas inocentes, é profundamente ofensiva e inaceitável", afirmou o líder religioso. Ele ressaltou que a diocese condena "toda forma de antissemitismo, ódio e preconceito".

Líderes da paróquia que administra a escola também lamentaram o ocorrido, mencionando "falta de vigilância" por não terem revisado o carro alegórico antes do evento, de acordo com o jornal local Hanover Sun.

A diocese informou que irá promover ações educativas junto à comunidade escolar e revisar procedimentos, com o objetivo de evitar episódios semelhantes.