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Artista pede desculpas após reproduzir arco de campo de concentração nazista em desfile escolar

Réplica de portão de Auschwitz foi exibida em carro alegórico de escola católica na Pensilvânia (EUA).
Artista pede desculpas após reproduzir arco de campo de concentração nazista em desfile escolarGettyimages.ru / David Clapp

O artista Galen Shelly, da Pensilvânia (EUA), pediu desculpas após criar uma réplica do arco de entrada de um campo de concentração nazista em um carro alegórico de Halloween.

A peça foi montada para uma apresentação da escola St. Joseph, realizada no dia 30 de outubro em Hanover, e gerou reação imediata da diocese local e da comunidade, informou o The Guardian nesta terça-feira (4).

"Eu não tive má intenção", afirmou Shelly, acrescentando que havia cometido um "erro" e que sentia muito.

Enquanto se desculpava pela situação, o artista relatou ao site PennLive que o arco e lanternas que havia encomendado para o desfile não chegaram a tempo - o que o levou a procurar por imagens na internet de portões de cemitério, buscando representar a ideia de que "nenhum de nós sai desta vida vivo". 

O mal-entendido resultou na replicação de uma foto da entrada do campo de Auschwitz, com a inscrição "Arbeit Macht Frei" ("O trabalho liberta"). O local foi o maior símbolo do holocausto perpetrado pela Alemanha nazista contra milhões de pessoas, incluindo judeus, povos roma (ciganos) e homossexuais.

O bispo de Harrisburg, Timothy Senior, disse estar "chocado e horrorizado" com o caso e pediu desculpas em nome da igreja. Segundo ele, o elemento foi inserido tardiamente e não fazia parte do projeto aprovado.

"A inclusão desta imagem, que representa o sofrimento e assassinato de milhões de pessoas inocentes, é profundamente ofensiva e inaceitável", afirmou o líder religioso. Ele ressaltou que a diocese condena "toda forma de antissemitismo, ódio e preconceito".

Líderes da paróquia que administra a escola também lamentaram o ocorrido, mencionando "falta de vigilância" por não terem revisado o carro alegórico antes do evento, de acordo com o jornal local Hanover Sun.

A diocese informou que irá promover ações educativas junto à comunidade escolar e revisar procedimentos, com o objetivo de evitar episódios semelhantes.