
República Tcheca será liderada por primeiro-ministro crítico do apoio à Ucrânia

O Partido ANO, fundado pelo empresário tcheco Andrej Babis, fechou um acordo de coalizão na última segunda-feira (4) com dois partidos menores, abrindo caminho para formar um novo governo na República Tcheca. As informações são da imprensa regional.
A legenda venceu as últimas eleições parlamentares em 4 de outubro, conquistando aproximadamente 35% dos votos. No total, a coalizão formada nesta semana, que agrega os partidos "Liberdade e Democracia Direta" (SPD) e o "Partido dos Motoristas", que alcançaram 8% e 7% de votos respectivamente, controlará 108 dos 200 assentos na Câmara dos Deputados checa.
Segundo o acordo, o ANO controlará oito ministérios, além de indicar o primeiro-ministro, permitindo que Babis retorne ao cargo que ocupou entre 2017 e 2021. O empresário declarou que deseja formar o novo governo até meados de dezembro, pensando na aprovação do orçamento de 2026 e na participação da última cúpula de líderes da UE neste ano.

A Constituição tcheca determina que, quando uma coalizão com ao menos 101 assentos é formada, o presidente aponta o primeiro-ministro e o gabinete. A partir desse momento, o novo governo deve ainda passar por um voto de confiança dentro de 30 dias.
Andrej Babis
Andrej Babis é um crítico de longa data das políticas de imigração da União Europeia (UE), além de se opor ao apoio financeiro e militar do bloco europeu à Ucrânia.
Em declarações após sua vitória, Babis afirmou que, caso o partido forme com sucesso um novo governo, Praga não seguiria destinando dinheiro de seu próprio orçamento "para que a Ucrânia compre armas".
O empresário criticou a falta de transparência nos programas de envio de munições ao regime ucraniano, afirmando que eles vêm sendo realizados fora do âmbito da OTAN. Segundo ele, uma empresa privada tem lucrado bilhões com a iniciativa, na ausência de um mecanismo oficial de apoio a Kiev sob a aliança.
Ele ainda rechaçou uma possível entrada da Ucrânia na UE, afirmando que o regime de Kiev "não está preparado" para aderir ao bloco europeu.
