O governo do Catar alertou que pode suspender o fornecimento de gás natural liquefeito (GNL) para a Europa caso o bloco não flexibilize a Diretiva de Devida Diligência em Sustentabilidade Corporativa (CSDDD, na sigla em inglês). A norma exige que grandes empresas identifiquem, previnam e corrijam possíveis impactos ambientais e violações de direitos humanos em toda a cadeia produtiva, com risco de multa caso descumpram a norma.
"Se Europa não revisar como pode abrandar ou eliminar a CSDDD, e continuar impondo multa de 5% do faturamento global no setor energético, nós não forneceremos GNL para a Europa", disse o ministro da Energia catari, Saad Sherida Al-Kaabi, citado pelo jornal RBK nesta segunda-feira (3).
Doha argumenta que as regras europeias criam obstáculos regulatórios e financeiros excessivos, afirmando que ainda não será possível atingir emissões líquidas zero no curto prazo.
Um corte nas vendas afetaria sobretudo países mais dependentes do gás catari. A Itália obtém aproximadamente 45% de suas importações de GNL do Catar, enquanto Bélgica e Polônia recebem cerca de 38% cada, segundo dados do Instituto de Economia e Análise Financeira da Energia (IEEFA).