Um reator experimental desenvolvido por cientistas chineses conseguiu converter combustível de tório em urânio, abrindo caminho para um fornecimento quase infinito de energia nuclear. As informações foram divulgadas pela imprensa chinesa nesta segunda-feira (3).
A iniciativa inédita foi levada a cabo pela Instituto de Física Aplicada de Xangai no Deserto de Gobi. Segundo o jornal SCMP, é a "primeira vez no mundo que cientistas obtêm dados experimentais sobre operações com tório dentro de um reator de sal fundido", em um "passo importante para o futuro da energia nuclear limpa e sustentável".
O marco gerou grande expectativa, visto que o tório, com seu grande potencial energético, é muito mais abundante e acessível que o urânio. Dados do jornal indicam que um único depósito de rejeitos na região chinesa da Mongólia Interior contenha tório suficiente para abastecer o país por mais de mil anos.
Para o analista e pesquisador Yu Zeyuan, esse avanço "é considerado a 'carta na manga' da China na energia nuclear de quarta geração, marcando o domínio de uma tecnologia-chave que permite ao país avançar rapidamente, reduzir a dependência do urânio importado e oferecer uma nova solução para sua segurança energética".
Em publicação no portal ThinkChina, ele destacou que, além dos recursos chineses de tório já identificados, que somam cerca de 1,3 a 1,4 milhão de toneladas, o material também é gerado naturalmente como subproduto. ''Por exemplo, a monazita pode conter até 7% de tório'', ressaltou.