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'Aceitamos ajuda, mas não intervenção', diz presidente do México

Declaração ocorre em meio aos relatos de que Washington planeja conduzir "operações terrestres" no país latino-americano.
'Aceitamos ajuda, mas não intervenção', diz presidente do MéxicoGettyimages.ru / Manuel Velasquez

A presidente do México, Claudia Sheinbaum, afirmou nesta segunda-feira (3) que não permitirá a intervenção de nenhum país estrangeiro no combate ao narcotráfico, em meio a relatos de que os Estados Unidos pretendem realizar incursões terrestres no país.

''Intervenção? Não. O México é um país livre e soberano. Aceitamos apoio em informações e inteligência, mas não em intervenção. A única forma de construir paz e segurança é por meio da justiça social e de um sistema judicial efetivo, sem qualquer impunidade'', declarou Sheinbaum em coletiva de imprensa realizada após o assassinato do prefeito de Uruapan, Carlos Manzo, que gerou grande comoção.

Segundo o portal NBC News, o governo Trump planeja enviar tropas e oficiais de inteligência ao México, supostamente para combater os cartéis, e que treinamentos já teriam começado. Em ocasiões anteriores, o presidente norte-americano já havia oferecido a Sheinbaum sua "ajuda" militar, proposta que a presidente mexicana rejeitou para defender a soberania do país. No entanto, o assassinato de Carlos Manzo reacendeu rumores sobre uma possível intervenção militar dos EUA.

Sheinbaum garantiu que não haverá impunidade e que o Governo Federal reforçará o apoio à segurança em Michoacán. Além disso, criticou duramente aqueles que defendem o retorno à estratégia de ''guerra ao narcotráfico'' iniciada pelo ex-presidente Felipe Calderón em 2006, que apenas intensificou a violência.

''A outra questão é o que devemos fazer. A força do Estado é a justiça. Há quem defenda, como ocorreu na guerra contra o narcotráfico, a militarização e o conflito armado. Isso não funcionou. Pelo contrário, foi o que gerou a violência em Michoacán, que apenas agora começamos a reduzir'', explicou.

A presidente também lamentou propostas com ''tentação autoritária'', como a realização de execuções extrajudiciais, afirmando que isso jamais ocorrerá durante seu mandato. ''Nunca vamos nos render'', disse.