'Veremos o que acontece': Trump comenta planos de atacar a Venezuela

O mandatário preferiu não revelar se planeja novas agressões contra o país.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, foi questionado por jornalistas neste domingo (2) sobre a existência de "planos concretos" para lançar ataques contra o território venezuelano em um futuro próximo.

"Como eu poderia responder a uma pergunta dessas? Há planos para um ataque contra a Venezuela? Quem diria isso? Supondo que existissem, eu lhe diria honestamente: sim, temos planos. Temos planos muito secretos. Bem, quem diria isso? Sabe, que tipo de pergunta é essa? Olhe, vamos ver o que acontece com a Venezuela", respondeu o mandatário.

Ao mesmo tempo, Trump voltou a acusar sem fundamentos Caracas de ter "enviado milhares e milhares, centenas de milhares de pessoas vindas de prisões, instituições mentais, viciados em drogas" para os EUA, acrescentando que outros países também "fizeram o mesmo". No entanto, o presidente não apresentou nenhuma evidência para comprovar suas palavras.

"Essa é a questão. Ou seja, outros países também fizeram isso porque éramos governados por pessoas muito estúpidas. Muito, muito estúpidas", afirmou Trump, acrescentando que seu predecessor, Joe Biden, foi "de longe, o pior presidente da história do nosso país".

Ainda sem apresentar provas, Trump continuou com as declarações: "Tínhamos fronteiras abertas e muitos países, o Congo, muitos países, enviavam seus prisioneiros, enviavam narcotraficantes. Enviavam viciados em drogas. Enviavam qualquer um. Qualquer um que não quisessem, enviavam para o nosso país. E a Venezuela era um dos países que mais cometia abusos", afirmou.

A verdadeira razão para os ataques

O presidente da Venezuela, Nicolás Madurodeclarou que seu país é vítima de "uma guerra multifacetada" orquestrada pelos EUA. O Estado venezuelano, segundo ele, está sendo alvo de uma "agressão armada para impor uma mudança de regime" e um governo "fantoche" com o objetivo de "roubar seu petróleo, gás, ouro e todos os recursos naturais".

Maduro acusou Washington de inventar "uma nova guerra eterna": "94% do povo da Venezuela é contra a ameaça militar dos EUA, é contra aqueles que clamam por uma invasão", afirmou.

Em 23 de outubro, a Força Armada Nacional Bolivariana (FANB), a Milícia e as forças policiais da Venezuela iniciaram exercícios militares na região costeira do país com o objetivo de enfrentar ameaças externas, especialmente dos Estados Unidos.

O falso pretexto de luta contra o narcotráfico

Em meados de setembro, o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, comentou os relatórios de organismos como a ONU, que descartam que o país produza ou trafique drogas com destino aos Estados Unidos.

"Dizer que a Venezuela envia esse veneno para lá é mentira. Não existe uma hectare de folha de coca na Venezuela, não há laboratórios, e quando encontramos, nós os destruímos", afirmou o chefe de Estado.

As declarações de Maduro coincidem com o mais recente relatório da ONU sobre o tema, que aponta que 87% das drogas destinadas aos EUA seguem pela rota do Pacífico, especialmente vindas da Colômbia e do Equador; 8% passam pela região da Guajira, na Colômbia; e apenas 5% tentam cruzar pelo território venezuelano. Conclusões semelhantes são apresentadas no Relatório Europeu sobre Drogas 2025: Tendências e Avanços.

Da mesma forma, no National Drug Threat Assessment, relatório anual da DEA sobre o impacto interno do narcotráfico, os dados são ainda mais categóricos: a Venezuela não é mencionada como centro de cultivo, processamento ou distribuição de substâncias ilícitas.

Agressões dos Estados Unidos