EUA discutem estratégia para promover adoção global do dólar, diz Financial Times

Oficiais do governo dos Estados Unidos estão discutindo maneiras de incentivar outros países a adotarem o dólar como sua moeda principal, revelou o jornal britânico Financial Times neste domingo (2).

Segundo a publicação, a iniciativa tem como objetivo contra-atacar um movimento liderado pela China para diminuir a dominância global da moeda americana.

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Funcionários de departamentos governamentais, incluindo o Tesouro e a Casa Branca, reuniram-se com Steve Hanke, professor da Universidade Johns Hopkins e especialista em dolarização, durante o verão norte-americano para discutir como a administração poderia promover a política.

"Essa é uma política que eles [americanos] estão levando muito a sério, mas está em andamento. Nenhuma decisão final foi tomada ainda", disse Hanke ao Financial Times.

As discussões sobre dolarização ocorrem durante o envolvimento dos Estados Unidos para acalmar uma crise de mercado na Argentina. Alguns analistas de política e economistas ouvidos pelo jornal veem a economia latino-americana como um candidato ideal para a dolarização devido às frequentes perdas de confiança no peso, embora tanto Washington quanto Buenos Aires afirmem que a medida não está em consideração.

Um porta-voz da Casa Branca confirmou ao jornal que oficiais se reuniram com Hanke, mas enfatizou que a administração ainda não chegou a uma decisão oficial sobre incentivar ou não a dolarização.

"O presidente Trump reafirmou repetidamente seu compromisso em manter a força e o poder do dólar. Como faz em muitas outras questões de importância nacional, a administração busca regularmente ideias de especialistas externos sobre essa prioridade presidencial", disse o porta-voz Kush Desai.

"Estas discussões e sessões de escuta, no entanto, não devem ser vistas como reflexo de posições políticas oficiais ou da formulação de políticas da administração", acrescentou.

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Hanke, que passou grande parte de sua carreira assessorando sobre dolarização, pontuou que a Argentina seria um dos candidatos óbvios para a política, junto com Líbano, Paquistão, Gana, Turquia, Egito, Venezuela e Zimbábue.

Enquanto economias latino-americanas menores, como Equador e El Salvador, já usam o dólar, o Fundo Monetário Internacional acredita que a dolarização condenaria a Argentina a um baixo crescimento, forçando o país a adotar as políticas monetárias do Federal Reserve dos EUA.