VÍDEO: EUA mostram outro 'ataque letal' contra suposto barco de tráfico de drogas no Caribe

De acordo com a versão americana, a operação deixou um saldo de três pessoas mortas.

O secretário da Guerra dos EUA, Pete Hegseth, informou sobre um "ataque cinético letal" contra uma "narcolancha" realizado no sábado (2) no Caribe por ordem de Donald Trump.

"Este barco — como todos os outros — era conhecido pelos nossos serviços de inteligência por sua participação no contrabando ilícito de narcóticos, transitava por uma rota conhecida de tráfico de drogas e transportava entorpecentes", escreveu o alto funcionário em sua conta no X, anunciando o ataque contra o barco, que classificou como "embarcação de tráfico de drogas operado por uma organização terrorista designada".

De acordo com a versão expressa por Hegseth, o ataque ocorreu "em águas internacionais" e resultou na morte de três homens, que ele classificou como "narcoterroristas".

"Esses narcoterroristas estão introduzindo drogas em nossas costas para envenenar os americanos em seu próprio país, e não vão conseguir. O Departamento vai tratá-los exatamente como tratamos a Al Qaeda*. Continuaremos rastreando-os, localizando-os, procurando-os e eliminando-os", afirmou.

O falso pretexto de luta contra o narcotráfico

Em meados de setembro, o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, comentou os relatórios de organismos como a ONU, que descartam que o país produza ou trafique drogas com destino aos Estados Unidos.

"Dizer que a Venezuela envia esse veneno para lá é mentira. Não existe uma hectare de folha de coca na Venezuela, não há laboratórios, e quando encontramos, nós os destruímos", afirmou o chefe de Estado.

As declarações de Maduro coincidem com o mais recente relatório da ONU sobre o tema, que aponta que 87% das drogas destinadas aos EUA seguem pela rota do Pacífico, especialmente vindas da Colômbia e do Equador; 8% passam pela região da Guajira, na Colômbia; e apenas 5% tentam cruzar pelo território venezuelano. Conclusões semelhantes são apresentadas no Relatório Europeu sobre Drogas 2025: Tendências e Avanços.

Da mesma forma, no National Drug Threat Assessment, relatório anual da DEA sobre o impacto interno do narcotráfico, os dados são ainda mais categóricos: a Venezuela não é mencionada como centro de cultivo, processamento ou distribuição de substâncias ilícitas.

Agressões dos Estados Unidos

* Reconhecido como grupo terrorista na Rússia e proibido em seu território.