Rússia reafirma apoio à Venezuela e defende preservação da América Latina como zona de paz

Maria Zakharova ressaltou a importância de "adotar medidas para reduzir a tensão e facilitar a busca de soluções [...] de maneira construtiva e respeitando as normas jurídicas internacionais".

A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, afirmou neste sábado (1º) que Caracas conta com o pleno apoio de Moscou contra as agressões dos Estados Unidos, que são realizadas sob o pretexto do combate ao narcotráfico.

Zakharova disse também que a Rússia condena firmemente o uso excessivo da força militar em missões antidrogas e reforçou que tais ações violam tanto a legislação dos EUA quanto o direito internacional.

A porta-voz destacou que tais violações são reconhecidas por representantes de vários países e organizações internacionais, entre eles o secretário-geral da ONU, António Guterres, e o alto comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Volker Turk.

"Reafirmamos nosso firme apoio à liderança venezuelana na defesa da soberania nacional. Defendemos a preservação da América Latina e do Caribe como zona de paz", comunicou a porta-voz.

Zakharova ressaltou a importância de "adotar medidas para reduzir a tensão e facilitar a busca de soluções para os problemas existentes de maneira construtiva e respeitando as normas jurídicas internacionais".

A porta-voz afirmou também que as relações bilaterais entre Moscou e Caracas "desenvolvem-se de forma ascendente no espírito da colaboração estratégica, não estão sujeitas a flutuações do ambiente externo e abrangem áreas de interesse mútuo".

"Por outro lado, as questões relativas ao fortalecimento da capacidade de defesa e à garantia da segurança são da competência dos ministérios correspondentes de nossos países", concluiu.

A verdadeira razão para os ataques

O presidente da Venezuela, Nicolás Madurodeclarou que seu país é vítima de "uma guerra multifacetada" orquestrada pelos EUA. O Estado venezuelano, segundo ele, está sendo alvo de uma "agressão armada para impor uma mudança de regime" e um governo "fantoche" com o objetivo de "roubar seu petróleo, gás, ouro e todos os recursos naturais".

Maduro acusou Washington de inventar "uma nova guerra eterna": "94% do povo da Venezuela é contra a ameaça militar dos EUA, é contra aqueles que clamam por uma invasão", afirmou.

Em 23 de outubro, a Força Armada Nacional Bolivariana (FANB), a Milícia e as forças policiais da Venezuela iniciaram exercícios militares na região costeira do país com o objetivo de enfrentar ameaças externas, especialmente dos Estados Unidos.

O falso pretexto de luta contra o narcotráfico

Em meados de setembro, o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, comentou os relatórios de organismos como a ONU, que descartam que o país produza ou trafique drogas com destino aos Estados Unidos.

"Dizer que a Venezuela envia esse veneno para lá é mentira. Não existe uma hectare de folha de coca na Venezuela, não há laboratórios, e quando encontramos, nós os destruímos", afirmou o chefe de Estado.

As declarações de Maduro coincidem com o mais recente relatório da ONU sobre o tema, que aponta que 87% das drogas destinadas aos EUA seguem pela rota do Pacífico, especialmente vindas da Colômbia e do Equador; 8% passam pela região da Guajira, na Colômbia; e apenas 5% tentam cruzar pelo território venezuelano. Conclusões semelhantes são apresentadas no Relatório Europeu sobre Drogas 2025: Tendências e Avanços.

Da mesma forma, no National Drug Threat Assessment, relatório anual da DEA sobre o impacto interno do narcotráfico, os dados são ainda mais categóricos: a Venezuela não é mencionada como centro de cultivo, processamento ou distribuição de substâncias ilícitas.

Agressões dos Estados Unidos