Nesta segunda-feira, o ministério das Relações Exteriores do Brasil, através de um comunicado à imprensa, manifestou sua condenação diante do "início de operação das forças armadas de Israel contra a cidade de Rafah, na Faixa de Gaza".
''Ao optar, com essa ação militar, por deliberadamente intensificar o conflito em área sabidamente de alta concentração da população civil de Gaza neste momento, o Governo israelense, mostra, novamente, descaso pela observância aos princípios básicos dos direitos humanos e do direito humanitário, a despeito dos apelos da comunidade internacional, inclusive de seus aliados mais próximos'', lê-se na nota.
O Governo brasileiro também destacou o impacto negativo na decisão no tocante às negociações em curso - que nesta segunda-feira, haviam culminado com a aceitação, por parte do Hamas, de um cessar-fogo proposto pelo Egito.
Através do comunicado, Brasília reiterou ainda seu comprometimento com a solução de dois estados, "com base nas fronteiras de 1967". A proposta é postulada como a ''única via capaz de oferecer paz duradoura para os povos de Israel e da Palestina, assim como para a região do Oriente Médio''.
Decisão "por unanimidade"
Nesta segunda-feira, o Gabinete de Guerra de Israel decidiu, "por unanimidade", seguir adiante com a operação contra a cidade palestina de Rafah, destacando que levariam as negociações em andamento adiante.
Após o anúncio, diferentes veículos de imprensa registraram intensos ataques aéreos contra a cidade.
Um porta-voz das Forças de Defesa de Israel (IDF), por sua vez, anunciou que os militares israelenses estão atualmente agindo "seletivamente" contra alvos do Hamas em Rafah para "exercer pressão militar" sobre o grupo palestino e "antecipar a libertação de reféns e outros alvos de guerra".
Tanques israelenses disparam a uma distância de 200 metros contra a passagem de fronteira Kerem Shalom, que também é alvo de ataques de aviões e artilharia israelenses, supostamente destruindo o terminal que serve como uma das principais passagens de ajuda humanitária para Gaza, informou o The Times of Israel, citando a mídia palestina. Além disso, um correspondente da Al Jazeera informou que a incursão deixou feridos a oeste de Rafa.