Xi Jinping está visitando a Europa para evitar guerra comercial - imprensa

Mandatário chinês realizou conversas com o presidente francês Emmanuel Macron e com Ursula von der Leyen, chefe da Comissão da UE, em meio à escalada de tensões.

O presidente chinês, Xi Jinping, reuniu-se com seu homólogo francês, Emmanuel Macron, e com a presidente da Comissão da União Europeia, Ursula von der Leyen, nesta segunda-feira, para resolver as divergências econômicas entre Bruxelas e Pequim, informaram diferentes meios de comunicação.

Xi chegou na França no domingo para uma visita oficial de dois dias. A viagem - a primeira realizada pelo presidente à Europa em dois anos - será sucedida por passagens na Sérvia e na Hungria.

"O mundo atual entrou em um novo período de turbulência e mudança", declarou Xi no início da reunião trilateral em Paris. "Como duas forças importantes no mundo, a China e a Europa devem (...) fazer continuamente novas contribuições para a paz e o desenvolvimento mundiais", acrescentou.

Por sua vez, Macron, durante a reunião no Palácio do Eliseu, destacou que o futuro do continente europeu "também dependerá muito claramente de nossa capacidade de desenvolver ainda mais, de forma equilibrada, nosso relacionamento com a China".

O líder francês, bem como diversas outras vozes no Ocidente, incentiva Bruxelas a exercer uma pressão mais significativa contra Pequim, sob a acusação de que a China, com seu potencial de fornecimento e seus subsídios, promove uma "supercapacidade" desleal, resultando na inundação do mercado global com bens baratos - sobretudo na área dos veículos elétricos.

A discussão materializou-se através de uma investigação formal da União Europeia contra os subsídios fornecidos por Pequim. A China, que defende-se argumentando que suas políticas tarifárias são uma questão doméstica, respondeu ameaçando impôr tarifas contra o conhaque francês.

Europa não hesitará em tomar "decisões difíceis"

Von der Leyen reforçou as observações de Macron, afirmando que a UE e a China desejam boas relações. "Temos uma relação econômica substancial entre a UE e a China. Mas essa relação também é desafiada, por exemplo, pelo excesso de capacidade induzido pelo Estado, acesso desigual ao mercado e dependências excessivas", declarou.

Após a reunião, a representante disse a repórteres que a União Europeia "não pode absorver o excesso de produção maciça de produtos industriais chineses que inundam seu mercado". "A Europa não hesitará em tomar as decisões difíceis necessárias para proteger seu mercado", acrescentou.