Notícias

Washington admite ter promovido mudanças de regime em outros países

Tulsi Gabbard afirma que os EUA abandonaram a política intervencionista, mas pressões recentes sobre a Venezuela indicam a continuidade da ingerência norte-americana.
Washington admite ter promovido mudanças de regime em outros paísesGettyimages.ru / Anna Moneymaker

A diretora de Inteligência Nacional dos Estados Unidos, Tulsi Gabbard, reconheceu nesta sexta-feira (31) que Washington historicamente adotou uma política de intervenção e "mudança de regimes" em outros países. A declaração foi feita durante o Diálogo de Manama, conferência anual sobre segurança realizada no Bahrein.

"A antiga forma de pensar de Washington é algo que esperamos que tenha ficado para trás", afirmou Gabbard. Segundo ela, por décadas, a política externa norte-americana "esteve presa em um ciclo contraproducente e interminável de mudança de regimes ou construção de nações".

A estratégia, explicou, consistia em "derrubar governos, tentar impor nosso sistema político a outros, intervir em conflitos pouco compreendidos e sair com mais inimigos do que aliados".

A funcionária afirmou ainda que essa política teve consequências negativas para os próprios Estados Unidos, com "gastos de trilhões de dólares, incontáveis vidas perdidas e o surgimento de maiores ameaças à segurança". Gabbard destacou que o presidente Donald Trump teria sido eleito "para pôr fim a isso".

Apesar das declarações, as ações recentes de Washington sugerem continuidade de práticas intervencionistas. Sob o argumento de combate ao narcotráfico, os EUA mantêm pressões sobre a Venezuela e apoiam tentativas de desestabilização do governo de Nicolás Maduro.

Em resposta, o presidente venezuelano declarou que "Venezuela é inocente, e tudo o que está sendo feito contra o país serve para justificar uma guerra, uma mudança de regime e o roubo de nossa imensa riqueza petrolífera". Maduro ressaltou que o país possui "a principal reserva de petróleo e a quarta maior reserva de gás do mundo".