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Rússia saúda aprovação de resolução da ONU contra embargo dos EUA a Cuba

Moscou "apoiou ativamente" a decisão da Assembleia Geral das Nações Unidas e condenou as sanções impostas por Washington contra Havana.
Rússia saúda aprovação de resolução da ONU contra embargo dos EUA a CubaGettyimages.ru / Russian Foreign Ministry Press Service / Handout/Anadolu Agency

A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, declarou nesta sexta-feira (31) que Moscou acolhe com satisfação a aprovação, de forma quase unânime, da resolução da Assembleia Geral das Nações Unidas que pede o fim do embargo econômico, comercial e financeiro imposto pelos Estados Unidos a Cuba.

A resolução, apresentada anualmente por Havana, foi aprovada em 29 de outubro, durante a 80ª sessão da Assembleia Geral, com 165 votos a favor, 7 contra e 12 abstenções. A Rússia, segundo Zakharova, "apoiou ativamente o documento", reafirmando sua posição tradicional de condenação às sanções unilaterais contra a ilha.

Em comunicado publicado pela chancelaria russa, Zakharova afirmou que a votação "demonstrou a condenação resoluta de toda a comunidade internacional" às medidas de Washington, que, segundo ela, violam "os princípios fundamentais do direito internacional" e restringem "o direito inalienável do povo cubano a uma vida digna".

A representante destacou que o bloqueio representa uma "guerra de sanções de décadas" conduzida pelos Estados Unidos "para derrubar um governo considerado indesejável", classificando-o como um exemplo de "interferência nos assuntos internos de um Estado soberano". Ela também afirmou que as medidas coercitivas visam "intimidar outras nações" que mantêm cooperação com Cuba.

Segundo os dados citados pela diplomata, as perdas econômicas causadas pelo embargo aumentaram 49% entre março de 2024 e fevereiro de 2025, chegando a US$ 7,5 bilhões, o que representa um acréscimo de US$ 2,5 bilhões em relação ao período anterior. O prejuízo acumulado desde o início do bloqueio ultrapassa US$ 170 bilhões.

Zakharova destacou ainda que, sem o embargo, o Produto Interno Bruto (PIB) cubano poderia ter crescido 9,2% entre 2024 e 2025, "uma das taxas mais altas do Hemisfério Ocidental". As restrições, segundo ela, afetam diretamente o bem-estar da população e atingem setores como saúde, educação, energia e segurança alimentar.

A porta-voz também pediu a retirada imediata de Cuba da lista norte-americana de "patrocinadores do terrorismo", argumentando que Havana "possui um histórico impecável de cooperação internacional no combate ao terrorismo".

Por fim, Zakharova reiterou que a Rússia continuará "defendendo, junto à maioria do mundo, o levantamento total e incondicional do embargo" e reforçou o compromisso de Moscou em fortalecer a parceria estratégica russo-cubana, conforme os acordos firmados entre o presidente Vladimir Putin e o líder cubano Miguel Díaz-Canel em maio deste ano.