Notícias

'Navios, destróiers, aviões': Venezuela denuncia mobilização militar dos EUA em sua costa

O ministro da Defesa venezuelano criticou as ações de Washington na região.
'Navios, destróiers, aviões': Venezuela denuncia mobilização militar dos EUA em sua costaJeampier Arguinzones/dpa / Legion-Media

O ministro da Defesa da Venezuela, Vladimir Padrino López, criticou a mobilização militar incomum de tropas norte-americanas no Caribe, próxima à costa do país sul-americano.

Em um evento alusivo à canonização dos beatos venezuelanos José Gregorio Hernández e da Madre Carmen Rendiles Martínez, López afirmou que é "um grande momento" para buscar força espiritual diante das agressões estadunidenses.

"Não vejo como uma coincidência que em um momento tão difícil como o que estamos enfrentando hoje, com navios, embarcações de grande porte com mísseis, destróieres, aviões B52, B1, F35 incursionando diante de nossos territórios, intimidando um povo de Deus, que é a Venezuela. Eu não vejo isso como uma coincidência, vejo isso como um grande momento", declarou.

Em Caracas, cercado por outros militares de alta patente da Venezuela, López afirmou em um evento televisionado que "o povo da Venezuela não merece estar sob a perseguição e o cerco criminoso do imperialismo norte-americano".

"Somos um povo amante da paz, demonstramos isso um milhão de vezes, e eles sempre se enganam a nosso respeito, um milhão de vezes (...). Bendito seja Deus que nos enviou estes dois santos em um momento tão crucial, tão decisivo e histórico para a vida e a história da Venezuela", acrescentou.

Venezuela denuncia "uma guerra multiforme"

Em setembro, o presidente da Venezuela declarou que seu país era vítima de "uma guerra multiforme" orquestrada pelos EUA e alvo de "agressão armada para impor mudança de regime" e um governo "fantoche", com o objetivo de "roubar seu petróleo, gás, ouro e todos os seus recursos naturais".

Em suas declarações públicas, o presidente acusou Washington de inventar "uma nova guerra perpétua".

"94% do povo venezuelano é contra a ameaça militar dos EUA; é contra aqueles que estão incitando a invasão", afirmou.

As Forças Armadas Nacionais Bolivarianas (FANB), a Milícia e as forças policiais da Venezuela iniciaram exercícios militares nas áreas costeiras do país a fim de enfrentar ameaças externas, especialmente dos Estados Unidos.

Maduro lembrou que, nas últimas semanas, a Venezuela vem enfrentando uma guerra militar, bem como uma "guerra de comunicação" por meio de campanhas de desinformação, e pediu a população a combatê-la.

Agressões dos Estados Unidos

  • Em agosto, os Estados Unidos enviaram navios de guerra, um submarino, caças e tropas para a costa da Venezuela, alegando sua suposta disposição em combater o narcotráfico. Desde então, foram realizados vários bombardeios a supostos lanchas com drogas no mar do Caribe e no Oceano Pacífico, deixando dezenas de mortos.
  • Washington acusou Maduro, sem provas ou fundamentação, de liderar um suposto cartel de drogas. As mesmas acusações infundadas foram feitas contra o presidente colombiano Gustavo Petro, que condenou os ataques mortais contra embarcações nas águas da região.
  • Em meados de outubro, o presidente dos EUA, Donald Trump, admitiu ter autorizado a CIA a realizar operações secretas em território venezuelano. Em resposta, Maduro perguntou: "Alguém acredita que a CIA não opera na Venezuela há 60 anos?" "Alguém acredita que a CIA não conspira contra o comandante [Hugo] Chávez e contra mim há 26 anos?", perguntou ele.