
Venezuela: 'EUA dão mais um passo em sua manobra com a ameaça do uso da força'

O ministro das Relações Exteriores da Venezuela, Yván Gil, considerou nesta sexta-feira (31) que o governo dos EUA deu "mais um passo" em sua política hostil contra Caracas com a "ameaça do uso da força".

O chefe da diplomacia venezuelana deixou claro que não é a primeira vez que Washington lidera ações para hostilizar o país sul-americano, após lembrar como a Casa Branca tem manobrado nos últimos 26 anos "contra a Revolução Bolivariana".
"A política hostil começou com guerras midiáticas, com o posicionamento negativo de nosso governo, das intenções revolucionárias, e foi escalando cada vez mais até produzir golpes de Estado, sabotagens, bloqueios", afirmou Gil em um encontro com parlamentares dar região caribenha.
Ele enfatizou que a Venezuela enfrenta atualmente "a ação mais grave" por parte dos EUA, não pelas consequências para a Revolução Bolivariana, mas pelos "impactos terríveis para toda a região" que poderia implicar uma escalada militar na América Latina e no Caribe.
"A desestabilização desta área, que declaramos zona de paz, é talvez uma das consequências que poderíamos sofrer se o governo dos EUA decidisse por uma intervenção militar. Não seria a Venezuela que sofreria as consequências mais lamentáveis de tal intervenção; estamos falando de países vizinhos", argumentou o ministro.
"Estamos preparados, em perfeita unidade civil-militar, mas precisamos soar o alarme", acrescentou.
Respeito à Carta da ONU
O Ministro das Relações Exteriores da Venezuela pediu o pleno respeito à Carta das Nações Unidas, que condena a ameaça do uso da força contra um país soberano. "Estamos defendendo o que a maioria dos povos das Américas exige, mas é nossa responsabilidade defender os interesses do nosso povo caribenho", enfatizou Gil, após convocar os parlamentares da região a "mobilizarem-se ativamente".
Ele pediu ainda os representantes legislativos a exigirem o fim das agressões, não apenas as militares, mas "todas as que foram impostas" a países da região, como Cuba, que sofre um bloqueio dos EUA há mais de meio século.
Venezuela denuncia "uma guerra multiforme" contra ele
Em setembro, o presidente da Venezuela declarou que seu país era vítima de "uma guerra multiforme" orquestrada pelos EUA e alvo de "agressão armada para impor mudança de regime" e um governo "fantoche", com o objetivo de "roubar seu petróleo, gás, ouro e todos os seus recursos naturais".
Em suas declarações públicas, o presidente acusou Washington de inventar "uma nova guerra perpétua".
"94% do povo venezuelano é contra a ameaça militar dos EUA; é contra aqueles que estão incitando a invasão", afirmou.
As Forças Armadas Nacionais Bolivarianas (FANB), a Milícia e as forças policiais da Venezuela iniciaram exercícios militares nas áreas costeiras do país a fim de enfrentar ameaças externas, especialmente dos Estados Unidos.
Maduro lembrou que, nas últimas semanas, a Venezuela vem enfrentando uma guerra militar, bem como uma "guerra de comunicação" por meio de campanhas de desinformação, e pediu a população a combatê-la.
Agressões dos Estados Unidos
- Em agosto, os Estados Unidos enviaram navios de guerra, um submarino, caças e tropas para a costa da Venezuela, alegando sua suposta disposição em combater o narcotráfico. Desde então, foram realizados vários bombardeios a supostos lanchas com drogas no mar do Caribe e no Oceano Pacífico, deixando dezenas de mortos.
- Washington acusou Maduro, sem provas ou fundamentação, de liderar um suposto cartel de drogas. As mesmas acusações infundadas foram feitas contra o presidente colombiano Gustavo Petro, que condenou os ataques mortais contra embarcações nas águas da região.
- Em meados de outubro, o presidente dos EUA, Donald Trump, admitiu ter autorizado a CIA a realizar operações secretas em território venezuelano. Em resposta, Maduro perguntou: "Alguém acredita que a CIA não opera na Venezuela há 60 anos?" "Alguém acredita que a CIA não conspira contra o comandante [Hugo] Chávez e contra mim há 26 anos?", perguntou ele.
- Em setembro, o presidente venezuelano Nicolás Maduro declarou que seu país é vítima de "uma guerra multiforme" orquestrada pelos EUA. Ele afirmou que o Estado venezuelano está sendo submetido a "agressão armada para impor uma mudança de regime" e um governo "fantoche" com o objetivo de "roubar seu petróleo, gás, ouro e todos os seus recursos naturais".


