O presidente da Assembleia Nacional da Venezuela, Jorge Rodríguez, afirmou nesta sexta-feira (31) que o objetivo da agressão dos EUA à Venezuela são os recursos do país sul-americano.
Rodríguez declarou durante o Encontro Parlamentar do Caribe pela Paz em Caracas que "sem dúvida alguma, há uma intenção maliciosa de promover uma mudança de regime na Venezuela, que permita ao governo dos EUA e à hegemonia imperial se apropriarem das riquezas naturais, que pertencem exclusivamente ao povo da República Bolivariana da Venezuela".
Ele afirmou que não será necessário esperar décadas para que sejam revelados documentos mostrando que a verdadeira intenção do atual governo dos EUA era "apropriar-se dos recursos naturais, do petróleo, da mineração e das terras raras" do país.
O parlamentar destacou ainda que o envio de tropas americanas para as águas do Caribe representa uma ameaça não apenas à Venezuela:
"Não é apenas a Venezuela que está ameaçada, todos os países do Caribe estão ameaçados, todos os países da América do Norte que não sejam os EUA, da América Central e da América do Sul estão ameaçados", afirmou.
"Autores de homicídios extrajudiciais"
Rodríguez questionou o fato de os EUA se autoproclamarem "policiais do mundo" e realizarem agressões no Caribe sem a mediação da Justiça ou provas sobre a suposta presença do narcotráfico.
"Eles se colocam como verdadeiros executores de homicídios extrajudiciais, sem qualquer tipo de julgamento, diante das explosões que ocorreram em pequenos barcos no Caribe, com um arsenal militar absolutamente desproporcional e bárbaro, usando o argumento de supostos narcotraficantes e narcotráfico no Caribe, sem qualquer prova", afirmou, ao acrescentar que, sob essas desculpas, "assassinaram mais de trinta de seres humanos".
Ele também refutou a alegação de que os EUA "continuam dizendo que se trata de uma operação contra o narcotráfico" e que "descobriu-se que a grande maioria das drogas que chegam aos EUA vindas da América não transitam pelo Mar do Caribe".
Rodríguez afirmou que, enquanto Washington realiza essas operações na região, "os verdadeiros traficantes de drogas, aqueles que se tornaram milionários com o tráfico de drogas, vivem nos EUA e na Europa".
"Guerra multiforme"
Em setembro, o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, declarou que seu país é vítima de "uma guerra multifacetada" orquestrada pelos EUA. Seu país, segundo ele, está sendo alvo de uma "agressão armada para impor uma mudança de regime" e um governo "fantoche" com o objetivo de "roubar seu petróleo, gás, ouro e todos os recursos naturais".
O presidente venezuelano acusou Washington de inventar "uma nova guerra eterna" e afirmou que "94% do povo da Venezuela é contra a ameaça militar dos EUA, é contra aqueles que clamam por uma invasão", afirmou.
Na semana passada, a Força Armada Nacional Bolivariana (FANB), a Milícia e as forças policiais da Venezuela iniciaram exercícios militares na região costeira do país com o objetivo de enfrentar ameaças externas, especialmente dos Estados Unidos.
- Maduro lembrou que, nas últimas 10 semanas, a Venezuela além de uma guerra convencional, enfrenta também uma "guerra de comunicação" por meio de campanhas de desinformação, e pediu à população que a combata.