
ONU acusa EUA de violações do direito internacional por bombardeios no Caribe

Nesta sexta-feira (31), as Nações Unidas alertaram que os ataques dos EUA contra embarcações suspeitas de tráfico de drogas no Caribe e no Oceano Pacífico desde o início de setembro, que já mataram mais de 60 pessoas, violam os direitos humanos e que não há "nenhuma base legal" para tais ações.

O Alto Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Volker Türk, classificou os ataques como "inaceitáveis" e pediu ao governo dos EUA para que eles cessem imediatamente e "impeça as execuções extrajudiciais" dos tripulantes dessas embarcações, independentemente de qualquer suspeita.
Limitações no Combate ao Tráfico de Drogas
"O uso deliberado de força letal é permitido apenas como último recurso e contra indivíduos que representem uma ameaça imediata à vida", declarou Türk em um comunicado à imprensa, enfatizando que existem limitações no combate ao tráfico internacional de drogas.
Türk também pediu uma investigação "rápida, independente e transparente" de todos os ataques, levando em consideração a possibilidade de processar e possivelmente condenar os responsáveis. Ele afirmou que, apesar das "informações extremamente limitadas", "nenhum dos indivíduos a bordo das embarcações atacadas representava uma ameaça imediata".
Agressões dos EUA
Os EUA destacaram em agosto um contingente militar na região e vêm conduzindo operações e bombardeios próximos ao litoral venezuelano sob o pretexto de combater o narcotráfico.
O presidente americano Donald Trump acusou sem provas os líderes da Venezuela e da Colômbia, Nicolás Maduro e Gustavo Petro, de chefiar redes de tráfico de drogas. As sanções impostas a Petro agravaram a tensão entre Bogotá e Washington.
Maduro afirma que seu país é alvo de "uma guerra multiforme" conduzida pelos EUA para "impor uma mudança de regime" e "roubar petróleo, gás, ouro e todos os recursos naturais" da Venezuela.
- Como resposta, a Venezuela convocou o alistamento voluntário da Milícia Bolivariana e lançou o plano Independência 200, com exercícios militares nas áreas costeiras do país.
- Em reunião do Conselho de Segurança, a Rússia denunciou Washington por promover uma "campanha descarada de pressão política, militar e psicológica" para derrubar o governo venezuelano.
