Tribunal Penal Internacional é um instrumento do neocolonialismo, afirma Maria Zakharova

A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, avaliou a atuação do Tribunal Penal Internacional (TPI), classificando-o como um órgão politicamente comprometido, durante seu briefing na quinta-feira (30).

Zakharova acusa países bálticos de reviver nazismo

Zakharova afirmou que o verdadeiro objetivo do TPI é impor a influência ocidental sobre os países do Sul Global e adotar práticas de neocolonialismo.

"A burocracia de Bruxelas, apesar das declarações dos seus países-membros, utiliza essa estrutura como um dos instrumentos dos ocidentalistas para preservar a sua influência neocolonial sobre os países do Sul Global e pressionar regimes considerados indesejáveis”, disse a diplomata russa.

Ela também ressaltou que as decisões do TPI são obrigatórias apenas para os Estados que aderiram ao Estatuto de Roma — o que não é o caso da Rússia — e observou que vários países vêm optando por se retirar do tratado.

"Cada vez mais Estados tomam a decisão acertada de sair do Estatuto de Roma. Em junho, a Hungria enviou uma notificação nesse sentido ao secretário-geral da ONU. Em setembro, foi a vez da tríade do Sahel — Burkina Faso, Mali e Níger", lembrou a porta-voz.

Dois pesos e duas medidas

Por fim, Zakharova destacou que, mesmo entre os países que continuam vinculados ao tribunal, muitos não cumprem as suas decisões, citando o caso do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu.

"É notável que até mesmo Estados-membros da União Europeia se recusem a cumprir as decisões desse órgão pseudojudicial. Vale lembrar que alguns deles chegaram a declarar publicamente estar dispostos a oferecer garantias de segurança pessoal ao primeiro-ministro de Israel, Netanyahu, que está e continua sob ordem de prisão emitida pelo TPI", concluiu.