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'Fraude': Polícia Civil do RJ abre inquérito sobre remoção de corpos após operação que matou 121

Secretário de Polícia Civil do Rio de Janeiro alega que corpos decapitados e com ferimentos resgatados após megaoperação policial podem ter sido transportados de maneira irregular para "chamar a atenção da imprensa".
'Fraude': Polícia Civil do RJ abre inquérito sobre remoção de corpos após operação que matou 121Gettyimages.ru / Wagner Meier

O secretário da Polícia Civil do Rio de Janeiro, Felipe Curi, denunciou, na quinta-feira (30), alegações de que corpos resgatados após a megaoperação policial nos complexos do Alemão e da Penha apresentaram lesões e decapitações. A informação foi publicada pelo jornal Folha de S.Paulo.

Curi também afirmou que alguns veículos usados para transportar os cadáveres haviam sido furtados, sugerindo que a própria remoção poderia ter causado novas feridas ou até ter sido feita para gerar repercussão na mídia.

"Quem disse que foi a polícia que cortou a cabeça deles (mortos)? Nós instauramos inquérito para apurar o crime de fraude processual pela remoção indevida e ilegal desses corpos", disse Curi durante coletiva de imprensa.

Os corpos, encontrados por moradores em uma floresta, foram levados a uma praça na quarta-feira (29). As famílias denunciaram que alguns corpos estavam decapitados, com ferimentos de faca e outras lesões que não condizem com tiroteios. Em resposta, Curi anunciou a abertura de um inquérito para investigar a possível "fraude processual" na retirada e remoção indevida dos corpos.

Em coletiva, o secretário de segurança, Victor Santos, justificou que os policiais não realizaram a retirada por desconhecimento da presença de corpos na mata e por risco à integridade dos peritos. A operação, realizada na terça-feira (28), resultou oficialmente em 121 mortes. Os parentes, em especial as mães, passaram dias buscando informações e expressando suspeitas de irregularidades policiais, como a falta de atendimento aos feridos.