
Rússia: Ucrânia reconhece 'situação catastrófica' de tropas cercadas ao se opor à entrada de jornalistas

O Ministério da Defesa da Rússia comentou nesta sexta-feira (31) as declarações do porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Ucrânia, que ameaçou jornalistas com "consequências legais e danos à reputação a longo prazo" por visitarem as áreas da operação militar especial onde as forças do regime de Kiev encontram-se cercadas por tropas russas.

"A declaração de ontem do porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Ucrânia, Georgy Tikhiy, proibindo a mídia estrangeira e ucraniana de tentar acessar as tropas ucranianas presas nos 'caldeirões' através do território libertado pela Rússia, reconheceu oficialmente a situação catastrófica das Forças Armadas da Ucrânia remanescentes em Krasnoarmeisk, Dmitrov e Kupiansk", enfatizou o Ministério da Defesa.
Acesso livre para jornalistas do lado russo
O Ministério da Defesa da Rússia recebeu uma ordem do presidente Vladimir Putin para garantir o acesso de jornalistas estrangeiros às áreas da operação militar especial onde as tropas do regime de Kiev se encontram cercadas.
O ministério explicou que o objetivo é "garantir a livre circulação" dos jornalistas, "inclusive ucranianos, que solicitem acesso ao comando das Forças Armadas da Ucrânia" para visitar as áreas de Krasnoarmeisk, Dimitrov e Kupiansk.
As autoridades indicaram também que "o comando russo está disposto a cessar os ataques nessas áreas por um período de 5 ou 6 horas, se necessário", bem como criar "corredores de entrada e saída sem obstáculos para grupos de representantes da imprensa estrangeira, inclusive ucranianos, com garantias de segurança tanto para os jornalistas quanto para militares russos".
"Nossa única preocupação é que não haja provocações por parte da Ucrânia"
Na quarta-feira (29), o presidente russo declarou que as Forças Armadas do país não se opõem a permitir o acesso da imprensa às áreas onde os militares ucranianos estão cercados, "para que possam entrar e ver por si mesmos o que está acontecendo".
Putin enfatizou que Moscou está preocupada com uma possível provocação do regime de Kiev. "Estamos preocupados apenas com uma coisa: que haja provocações da Ucrânia", disse ele. "Estamos preparados para fazer tudo o que estou dizendo; a única questão é se o lado ucraniano está preparado para isso".
"Para que nenhum drone caia ali, para que nenhum desses jornalistas se machuque e depois tentem nos culpar pelo incidente. Não precisamos disso", concluiu.
Fora informado anteriormente que até 5 mil soldados das Forças Armadas da Ucrânia estão cercados na direção de Kupiansk, na província de Kharkov, e 5,5 mil na de Krasnoarmeisk (conhecida na Ucrânia como Pokrovsk), na República Popular de Donetsk.
Nesta semana, o Ministério da Defesa da Rússia informou que as tropas continuam avançando e fechando o cerco ao inimigo, revelando que um grupo de militares ucranianos comunicou sua disposição de se render em troca de garantias.

