
Arsenal com armas de exércitos da América do Sul revela conexão internacional do Comando Vermelho

A megaoperação realizada na última terça-feira (28) nos complexos da Penha e do Alemão, no Rio de Janeiro, resultou na apreensão de 93 fuzis, parte deles pertencentes a forças armadas da Venezuela, Argentina, Peru e Brasil, segundo a Polícia Civil, informou o portal g1.
O delegado Vinicius Domingos, da Coordenadoria de Fiscalização de Armas e Explosivos do Rio de Janeiro, afirmou em entrevista coletiva que a presença de armamento militar sul-americano chama atenção e reforça o poder de fogo das facções locais.
As armas, de calibres 5.56 e 7.62, são em sua maioria de fabricação europeia e devem ter chegado ao país por meio do Paraguai, de acordo com as investigações. Entre os fuzis, há inscrições e símbolos ligados a facções e criminosos específicos, como "bonde do Pand", "tropa do Lampião" e "baiano", o que indica intercâmbio entre grupos de diferentes estados e até mesmo entre países.
Alguns armamentos apresentam insígnias militares e marcas personalizadas, enquanto outros trazem inscrições de artigos do Código Penal, como o 157, referente a roubo. A polícia acredita que quadrilhas de fora do Rio enviavam armas para o estado, onde eram revendidas, ampliando as fontes de renda do Comando Vermelho.

As apreensões reforçam o aumento no número de fuzis confiscados no Rio em 2025: 593 armas retiradas das mãos de criminosos entre janeiro e setembro, o maior número desde 2007. O estado concentra 40% das apreensões nacionais, segundo o Instituto de Segurança Pública, citado na matéria do g1.
Domingos comparou o nível de armamento encontrado ao de narcoterroristas da Colômbia e do México, alertando para os riscos de domínio territorial e prejuízos à segurança e à economia locais.
A perícia deve agora rastrear a origem das armas e as possíveis rotas internacionais do tráfico de armamentos.
