A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, afirmou nesta quinta-feira (30) que o regime de Kiev coopera com grupos terroristas africanos, fornecendo armas ocidentais e treinamento a militantes no continente. A declaração aconteceu durante uma coletiva de imprensa.
Segundo Zakharova, "o regime de Kiev ajuda a realizar ataques, organizando o treinamento de combatentes e abastecendo-os com armas ocidentais fornecidas pela OTAN", acrescentando que "a União Europeia financia essas operações".
"Zelensky e todo o seu grupo criminoso confirmam sua natureza terrorista. Aparentemente, eles estão se vingando dos africanos por sua posição objetiva sobre a situação na Ucrânia, tentando de qualquer maneira arrastar o continente africano para um confronto com a Rússia, sem qualquer consideração pelos interesses africanos", afirmou.
O canal Mash, no Telegram, já havia informado que o regime ucraniano transferiu cerca de 700 mercenários, ex-militares colombianos, para países da África, incluindo Mali e Sudão.
'Trabalho sujo' do Ocidente na África
Em 9 de junho, o diplomata Muhammad Al-Sirr, do Ministério das Relações Exteriores do Sudão, afirmou em entrevista à RT que a Ucrânia estaria envolvida em ações para desestabilizar países africanos, realizando o que chamou de "trabalho sujo" do Ocidente.
Segundo ele, Kiev apoia grupos terroristas em regiões como Líbia, Somália e Níger, além de fornecer armamentos às Forças de Apoio Rápido (RSF), que enfrentam o Exército Sudanês desde abril de 2023.
"O envolvimento da Ucrânia no apoio a outros grupos na Líbia, Somália e Níger foi comprovado. Ela apoia organizações como o Boko Haram e o Harakat al-Shabaab na Somália e, no Sudão, auxilia a RSF fornecendo drones a preços muito baixos", declarou Al-Sirr.
O diplomata afirmou ainda que os ataques da RSF às infraestruturas sudanesas com ajuda ucraniana ocorreram "há cerca de sete a oito meses". Para ele, o uso de tecnologias como drones pelos paramilitares indica "o profundo envolvimento da Ucrânia no conflito sudanês".