A Defensoria Pública do Rio de Janeiro solicitou nesta quinta-feira (30) ao Supremo Tribunal Federal (STF) autorização para realizar laudos paralelos aos oficiais sobre os corpos dos mais de 120 mortos na megaoperação policial contra o Comando Vermelho (CV), realizada na terça-feira (28) nos complexos do Alemão e da Penha, na Zona Norte da capital fluminense, informou o portal g1.
O órgão afirma que a ação descumpriu determinações da ADPF das Favelas, decisão do STF que impõe regras para reduzir a letalidade policial e estabelece protocolos de segurança durante operações em comunidades.
No pedido, assinado pelo coordenador do Núcleo de Defesa dos Direitos Humanos, Marcos Santos, a Defensoria destaca "massiva violação de direitos humanos" e defende que análises independentes podem enriquecer o debate e a apuração dos fatos, "sem espaço para melindres institucionais das vítimas".
Entre as irregularidades citadas estão a ausência de ambulâncias, o fechamento de escolas e postos de saúde e a falta de isolamento adequado das áreas de confronto, o que, segundo o órgão, compromete a perícia posterior.
"Reconhecemos as dificuldades inerentes a uma área de mata, mas causa estranheza a ausência de controle sobre o isolamento do local", afirmou Santos. O defensor disse ainda haver "receio concreto" quanto à imparcialidade e à confiabilidade das perícias oficiais realizadas nos corpos.