
Destróier dos EUA deixa Trinidad e Tobago em meio a tensão com Caracas

Um destróier da Marinha dos Estados Unidos deixou Trinidad e Tobago nesta quinta-feira (30), a pouco mais de 10 quilômetros da costa venezuelana, segundo informou a agência RFI. A movimentação ocorre em meio ao deslocamento militar norte-americano no Caribe, que Washington descreve como parte de uma "operação antidrogas", mas que Caracas considera uma provocação.
O USS Gravely, cuja presença gerou forte reação do governo de Nicolás Maduro, é um dos sete navios de guerra enviados à região, acompanhados por aviões F-35 e pelo porta-aviões USS Gerald R. Ford, em uma das maiores demonstrações de poder militar dos EUA no Caribe em anos.
Nos últimos meses, os EUA realizaram ao menos 15 ataques a embarcações no Caribe e no Pacífico, com 62 mortes registradas, alegadamente contra alvos ligados ao narcotráfico sem, contudo, apresentar provas diretas dessas conexões.
O ataque mais recente, confirmado pelo secretário de Guerra Pete Hegseth, deixou quatro mortos em águas internacionais.
Em resposta, Maduro anunciou a interceptação de três aeronaves usadas pelo narcotráfico, duas delas vindas "do norte" e uma "do Caribe".

"Temos uma lei de intercepção. Dois aviões do narcotráfico. Isso é exercer soberania", declarou o presidente em evento oficial.
A escalada ocorre enquanto os EUA oferecem uma recompensa de US$ 50 milhões pela captura de Maduro, acusado de narcotráfico internacional, acusações rejeitadas por Caracas. Para o governo venezuelano, o discurso antidrogas norte-americano serve como pretexto para uma ação militar com o objetivo de desestabilizar o Estado.
