Megaoperação no Rio acirra disputa eleitoral com foco na segurança pública

Ação com 121 mortos coloca direita e esquerda em um embate sobre políticas de segurança, antecipando disputa eleitoral.

A operação policial mais letal da história do Rio de Janeiro, com 121 mortos, transformou-se em palco de disputa eleitoral entre direita e esquerda com foco na segurança pública, observou nesta quinta-feira (30) a Folha de S. Paulo, citando cientistas políticos.

De um lado, o governador Cláudio Castro (PL) defende uma ação direta, enquanto que, do outro lado, o presidente Lula (PT) prioriza o combate não violento ao crime.

De acordo com Beto Vasques, professor da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo (FESP-SP), citado pelo veículo, operações com "viés fortemente eleitoreiro" geram um ativo político positivo junto a eleitores preocupados com a violência. Entretanto, a alta letalidade e o discurso de isolamento podem ter efeito contrário, sendo interpretados como fragilidade. 

Segundo a Folha, o momento político atual favorece Lula, com a direita enfrentando crises como o caso do metanol em São Paulo e o assassinato do ex-delegado Ruy Ferraz Fontes. Nesse contexto, Elias Tavares, especialista em marketing eleitoral, afirmou à mídia que a segurança pública representa um "ativo importante" para a direita, o que também poderia ajudá-la a se afastar do tema da anistia a Bolsonaro.

Paulo Ramirez, da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM), vê a megaoperação como uma tentativa de Castro de sair do limbo político e se projetar para uma candidatura ao Senado em 2026, nacionalizando um debate que poderia restringir-se ao Rio.