'Estamos conversando com a Rússia sobre desnuclearização', diz Trump

O presidente dos EUA, Donald Trump, afirmou nesta quinta-feira (30) que as negociações sobre o desarmamento nuclear com Moscou estão em andamento e que Pequim poderia se juntar a elas caso haja progresso.
"Eu gostaria de ver a desnuclearização", disse ele a repórteres a bordo do Air Force One após se reunir com seu homólogo chinês, Xi Jinping, na Coreia do Sul.
"É algo que estamos, de fato, conversando com a Rússia, e a China se juntaria à conversa se fizéssemos algo a respeito", declarou Trump.
O presidente norte-americano descreveu a retomada dos testes nucleares após uma suspensão de 30 anos como "apropriada", uma decisão que anunciou algumas horas antes, argumentando que seu país tem "mais armas nucleares do que qualquer outro", mas que não realiza nenhum teste.
"Parece que todos estão realizando testes nucleares. Nós temos mais armas nucleares do que qualquer um e não realizamos testes. Nós os interrompemos há muitos anos, mas se outros realizam testes, acho apropriado que nós façamos o mesmo", declarou Trump.
Proposta russa sobre o Tratado de Redução de Armas Estratégicas
As declarações do presidente dos EUA surgem no contexto da proposta da Rússia aos Estados Unidos para estender o Tratado de Redução de Armas Estratégicas — também conhecido como START III ou Novo START.
Em 22 de setembro, o presidente russo Vladimir Putin afirmou que Moscou está preparada para honrar o tratado por mais um ano após seu vencimento em 5 de fevereiro de 2026 caso os EUA também façam o mesmo.
- O tratado START III foi assinado pela Rússia e pelos EUA em 8 de abril de 2010 e prorrogado sem pré-condições por cinco anos em fevereiro de 2021. Segundo o acordo, as partes se comprometeram a reduzir suas forças nucleares para 700 veículos de lançamento, 1.550 ogivas nucleares e 800 lançadores.
- Moscou suspendeu sua participação no pacto em fevereiro de 2023, argumentando que Washington havia "destruído a base legal para o controle de armas e a segurança" ao implantar a infraestrutura militar da OTAN contra a Rússia. Moscou tem declarado de forma consistente sua intenção de cumprir as restrições estipuladas durante o prazo restante do acordo.
