Deputado e pastor Otoni de Paula denuncia que polícia matou inocentes em operação

"Preto com chinelo havaiana sem camisa pode ser trabalhador, [para a polícia] 'correu, é bandido'. É fácil, senhoras e senhores, para quem está no asfalto e não conhece a realidade da favela", declarou Otoni em discurso na Câmara.

O deputado federal Otoni de Paula (MDB-RJ), que também é pastor evangélico, afirmou que quatro fiéis de sua igreja, que nunca portaram armas, foram mortos durante a megaoperação policial no Rio de Janeiro na terça-feira (28).

"Quem tá falando aqui é pastor, e não é pastor progressista! Só de filho de gente da igreja eu sei que morreram quatro ontem. Meninos que nunca portaram fuzis, mas sei que estão sendo contados no pacote, como se fossem bandidos. Sabe quem é que vai saber se são bandidos, ou se não tem? Nunca, ninguém vai atrás", disse ele na quarta-feira (29), em discurso na Câmaras.

O parlamentar afirmou ainda que a polícia não faz distinção entre moradores inocentes e criminosos:

"Preto com chinelo havaiana sem camisa pode ser trabalhador, [para a polícia] 'correu, é bandido'. É fácil, senhoras e senhores, para quem está no asfalto e não conhece a realidade da favela", declarou.

Mais tarde, nas redes sociais, o pastor escreveu: "Quatro policiais tombaram. Mais de cem pessoas morreram. E o Estado? Continua de braços cruzados, indiferente, tratando a tragédia como manchete. Mas o verdadeiro poder do crime não está na favela, está no dinheiro sujo, lavado em bancos, combustíveis, ouro e negócios milionários".