Polícia vai investigar remoção de corpos após operação no Complexo da Penha

A Polícia Civil do Rio de Janeiro vai investigar a retirada de corpos feita por moradores após a megaoperação realizada no Complexo da Penha, na zona norte do Rio.

O anúncio foi feito nesta quarta-feira (29) pelo secretário da pasta, Felipe Curi, que afirmou que há indícios de fraude processual na forma como os corpos foram removidos da mata e levados até uma praça do bairro, destacou o G1. 

Mais de 70 corpos foram levados por moradores na manhã desta quarta-feira, um dia após a operação que deixou ao menos 119 mortos: entre eles, quatro policiais. Curi destacou que, além da movimentação irregular dos corpos, foi registrada a retirada das roupas camufladas usadas pelos suspeitos durante o confronto.

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"Esses indivíduos estavam equipados com roupas camufladas, coletes e armamentos. Agora, muitos surgem apenas de cueca ou short, sem qualquer equipamento. Temos imagens mostrando pessoas retirando os criminosos da mata e os despindo", afirmou o secretário. Um inquérito foi aberto pela 22ª Delegacia de Polícia para apurar o caso.

"Facilitar a identificação das vítimas"

Em publicações nas redes sociais, moradores da região afirmaram que as roupas foram cortadas para facilitar a identificação das vítimas, já que muitos corpos estavam desfigurados e sem condições de reconhecimento.

Segundo esses relatos, a retirada teria o objetivo de expor tatuagens, cicatrizes e outras marcas corporais que pudessem auxiliar familiares a reconhecer os mortos.

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O secretário de Segurança Pública, Victor Santos, declarou que as autoridades não tinham conhecimento da presença dos corpos na mata no momento da operação. "Naquela ocasião, é impossível fazer algo que não seja preservar sua vida. A polícia não tinha sequer ciência da existência deles".

Santos avaliou o resultado da operação como de "dano colateral muito pequeno", considerando o número de civis mortos em meio ao confronto. A operação, entretanto, segue sendo alvo de questionamentos de organizações civis e de investigações sobre a conduta policial e o tratamento dado às vítimas após o confronto.