O presidente russo Vladimir Putin declarou na quarta-feira (29) que o reator nuclear instalado no novo míssil de cruzeiro de alcance ilimitado Burevestnik é mil vezes menor que o de um submarino nuclear, mas com potência comparável.
"Este pequeno reator de propulsão nuclear tem uma potência comparável, digamos, à de um reator nuclear em um submarino nuclear, mas é mil vezes menor", disse o presidente durante uma visita a um hospital militar em Moscou.
"O mais importante é que, enquanto um reator convencional leva horas, dias ou semanas para entrar em operação, este reator nuclear inicia em questão de minutos ou segundos", disse ele.
O presidente enfatizou que o país pode se orgulhar das conquistas de seus cientistas: "Este é um avanço não apenas em termos de aumento das capacidades de defesa do país, mas também nas esferas científica e econômica em geral", destacou.
Putin especificou que as tecnologias nucleares utilizadas no míssil serão usadas futuramente no programa lunar e para solucionar "problemas de fornecimento de energia no Ártico".
O que se sabe sobre o Burevestnik?
No domingo passado (26), Putin anunciou que os testes principais com míssil de cruzeiro de alcance ilimitado Burevestnik foram concluídos, destacando que "trata-se de um produto único que ninguém mais tem no mundo".
Nesse sentido, ele observou que as Forças Armadas do país, juntamente com especialistas da indústria, estão trabalhando para colocar o Burevestnik em prontidão.
Por sua vez, o chefe do Estado-Maior russo, Valeri Guerásimov, confirmou que o teste foi realizado no último dia 21 de outubro com um voo no qual o míssil, de propulsão nuclear, percorreu uma distância de 14 mil quilômetros. "E esse não é o seu limite", enfatizou Guerásimov, precisando que o voo durou aproximadamente 15 horas.
"As características técnicas do Burevestnik permitem, no geral, uma precisão garantida contra alvos altamente protegidos a qualquer distância. Além disso, durante o voo [de teste] do míssil, foram feitas todas as manobras verticais e horizontais programadas, o que demonstrou sua alta capacidade de superar sistemas antimísseis e antiaéreos", disse o chefe do Estado-Maior russo.