
Moraes dá 24 horas para PGR se manifestar sobre megaoperação no Rio; Lula segue em silêncio

Após a megaoperação no Rio de Janeiro que deixou ao menos 64 mortos, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, determinou na terça-feira (28) que a Procuradoria-Geral da República (PGR) se manifeste em até 24 horas sobre os pedidos do Conselho Nacional de Direitos Humanos (CNDH) relacionados à ADPF das Favelas, informou a Agência Brasil.
O CNDH solicitou ao Supremo que o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, apresente um relatório detalhado da operação, a justificativa formal para sua realização e esclareça as providências adotadas para socorrer as vítimas, além de informar como será garantida a responsabilização de agentes em caso de eventual descumprimento de direitos humanos.
Governador reclama de falta de apoio
Ainda na terça-feira, Castro reconheceu que a Operação Contenção, realizada nos complexos do Alemão e da Penha, na capital fluminense, excedeu os "limites e as competências" do governo estadual.
"Esta operação tem muito pouco a ver com segurança pública. Ela é uma operação de defesa. [Porque] esta é uma guerra que está passando os limites que o estado [do Rio de Janeiro] deveria estar defendendo sozinho. Para uma guerra desta, que nada tem a ver com a segurança urbana, deveríamos ter um apoio muito maior", afirmou o governador.
Lula ainda não se pronunciou
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva ainda não se pronunciou oficialmente sobre a Operação Contenção, que mobilizou cerca de 2.500 agentes contra traficantes do Rio de Janeiro, resultando na prisão de 80 suspeitos e na morte de 64 pessoas, incluindo quatro agentes da polícia (dois da Civil e dois do BOPE).

O presidente em exercício, Geraldo Alckmin, realizou na terça-feira uma reunião emergencial para tratar do tema. Alckmin também discutiu a operação com os ministros da Casa Civil, Rui Costa, e da Secretaria de Comunicação Social da Presidência (Secom), Sidônio Palmeira.
