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Japão reage após Biden chamar o país de xenófobo
Mandatário norte-americano disse o mesmo sobre a Rússia e a Índia, cujas autoridades também expressaram seu desacordo com as palavras do chefe da Casa Branca.
O Governo japonês apresentou oficialmente um protesto à Casa Branca sobre os comentários do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, que disse que o Japão, assim como a China, a Índia e a Rússia, é um país xenófobo, noticiou no sábado a agência de notícias Jiji, citando à Embaixada do Japão em Washington.
"É lamentável que seus comentários não tenham sido baseados em um entendimento preciso das políticas do Japão", disseram membros da missão diplomática japonesa, acrescentando que Tóquio explicou sua posição e políticas ao lado norte-americano mais uma vez.
A Embaixada do Japão não revelou o canal usado para apresentar o protesto ou a reação do Governo dos EUA.
Segundo a AFP, os recentes comentários de Biden, proferidos em uma festa de arrecadação de fundos para sua campanha presidencial, foram feitos menos de um mês após o mandatário norte-americano ter oferecido um luxuoso jantar de Estado ao seu homólogo japonês, Fumio Kishida, em um gesto de diplomacia de alto nível.
Por sua vez, o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional dos EUA, John Kirby, explicou na quinta-feira que Biden estava tentando enviar uma mensagem mais ampla de que "os Estados Unidos são uma nação de imigrantes" e que isso faz parte do "DNA" do país. "Somos melhores por isso. Somos mais fortes por isso. Não vamos nos afastar disso. E esse é o ponto mais amplo que ele defendeu", comentou.
Os números do Statista para 2022 indicam que aproximadamente 3,1 milhões de residentes de nacionalidade estrangeira foram registrados no Japão naquela época, representando cerca de 3% da população do país.
Rússia e Índia respondem aos comentários de Biden
O ministro das Relações Exteriores da Índia, Subrahmanyam Jaishankar, rejeitou os comentários de Joe Biden, esclarecendo que a Índia não é uma nação xenófoba. "Eu diria que, na verdade, não apenas não somos xenófobos, mas somos a sociedade mais aberta, mais pluralista e, em muitos aspectos, mais compreensiva do mundo", disse Jaishankar.
Enquanto isso, o porta-voz da Presidência russa, Dmitry Peskov, também se manifestou após os comentários do chefe da Casa Branca, argumentando que eles "refletem exatamente a realidade oposta". "É a Rússia que às vezes impõe restrições completamente mafiosas contra algumas empresas, guiada apenas por critérios de nacionalidade? [...] É a Rússia que persegue pessoas de uma nacionalidade específica, de uma cidadania específica em todo o mundo?", enfatizou Peskov.