Tudo o que ocorre em torno da Venezuela deve estar em conformidade com o direito internacional, declarou nesta quarta-feira (29) o porta-voz presidencial russo, Dmitry Peskov.
"A Venezuela é um Estado soberano e, seja lá o que aconteça, partimos do princípio de que tudo o que ocorre a respeito da Venezuela deve ser feito de acordo com o espírito e a letra do direito internacional", disse o porta-voz.
Peskov explicou que a questão da Venezuela não foi abordada durante as negociações entre a Rússia e os EUA: "Não, essa questão não foi discutida; não estava na agenda", afirmou.
Os Estados Unidos destacaram em agosto um amplo contingente militar na região. Atualmente, Washington realiza operações militares e bombardeios em águas próximas ao território venezuelano, alegando, sem provas, que o objetivo é combater os cartéis do narcotráfico.
Os presidentes da Venezuela e da Colômbia, Nicolás Maduro e Gustavo Petro, foram acusados de maneira infundada por Donald Trump de liderarem organizações de tráfico de drogas. A acusação contra Petro, que se tornou alvo de sanções nesta semana, provocou um desgaste nas relações entre Bogotá e Washington.
Maduro afirma que seu país é alvo de "uma guerra multiforme" orquestrada pelos EUA. Segundo ele, o Estado venezuelano sofre uma "agressão armada para impor uma mudança de regime", com o objetivo de "roubar petróleo, gás, ouro e todos os recursos naturais".
Em reunião do Conselho de Segurança, a Rússia denunciou que as ações dos EUA no Caribe não são exercícios militares comuns, mas uma "campanha descarada de pressão política, militar e psicológica" para derrubar um governo que Washington não gosta.
Em resposta à atividade militar de Washington, a Venezuela convocou alistamento voluntário na Milícia Bolivariana e lançou o plano chamado Independência 200, por meio do qual vem realizando exercícios militares nas áreas costeiras do país.