
EUA tentaram recrutar piloto de Maduro para plano de sequestro, revela AP

Washington tentou, sem sucesso, executar um plano sofisticado para supostamente recrutar um piloto do presidente venezuelano Nicolás Maduro, informou a Associated Press na terça-feira (28).

O foco da operação seria o brigadeiro-general Bitner Villegas, piloto do avião presidencial, que deveria desviar secretamente a aeronave para um local onde o presidente pudesse ser preso pelas autoridades americanas.
Os detalhes do suposto plano fracassado foram revelados pela Associated Press, que afirma ter entrevistado três autoridades americanas, atuais e antigas, e um opositor de Maduro. A imprensa também relatou ter analisado supostas mensagens entre Villegas e o agente americano encarregado de recrutá-lo, Edwin Lopez.
Origem do plano
A operação remonta a 24 de abril de 2024, quando um informante teria dito à Embaixada dos EUA na República Dominicana que possuía informações sobre as aeronaves Dassault Falcon 2000EX e Dassault Falcon 900EX pertencentes à Presidência da Venezuela, que necessitavam de manutenção.
Lopez, que atuava como adido na Embaixada e agente do Departamento de Segurança Interna (DHS, sigla em inglês), teria sido o responsável por se comunicar com o informante e localizar as aeronaves, que foram posteriormente apreendidas entre setembro do ano passado e fevereiro deste ano pelo Departamento de Justiça dos EUA, o que Caracas descreveu como "pirataria" e "roubo descarado".
Em meio a esse processo, segundo a AP, López teve uma "epifania" sobre a possibilidade de persuadir o piloto do avião presidencial a direcionar o presidente para um local onde as autoridades americanas pudessem capturá-lo.
Como pretendiam recrutar o piloto?
Segundo relatos, López havia sido autorizado por seus superiores e pelas autoridades dominicanas a conversar com os pilotos venezuelanos da aeronave. Sua atenção estava particularmente voltada para Villegas.
De acordo com o veículo, após uma conversa com o agente de Washington, o general de brigada venezuelano começou a ficar tenso, com as pernas tremendo de nervosismo.

Durante a conversa, que López supostamente gravou em segredo, Villegas teria admitido ser o piloto do falecido presidente Hugo Chávez e de Maduro, e supostamente fornecido "detalhes sobre as instalações militares venezuelanas que visitou".
Ao final da conversa, segundo fontes anônimas, Lopez fez sua proposta, prometendo ao piloto presidencial torná-lo "muito rico" e ajudá-lo a conquistar "a afeição de milhões de seus compatriotas". A República Dominicana, Porto Rico e a Baía de Guantánamo, em Cuba, teriam sido discutidas como possíveis destinos para a captura de Maduro.
De acordo com o documento, Villegas não respondeu, mas forneceu seu número de telefone.

