O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, criticou nesta terça-feira (28) o uso desproporcional da força em operações de combate ao narcotráfico e afirmou que tais ações violam tratados internacionais.
Em uma série de publicações feitas na plataforma X, o mandatário denunciou práticas militares do governo dos Estados Unidos que, segundo ele, transformam mortes em assassinatos sob o pretexto da luta contra as drogas.
"Estão sendo assassinados. Isso rompe os tratados internacionais que regem o direito dos povos. Não se pode usar a força de forma desproporcional. Quando isso acontece, as baixas se tornam assassinatos", escreveu Petro.
O presidente afirmou que sua política antidrogas demonstra que é possível obter resultados expressivos sem disparar mísseis ou matar pessoas.
Segundo ele, seu governo já apreendeu 2.700 toneladas de cocaína com apoio da Marinha colombiana, das forças de segurança e da cooperação internacional com inteligências policiais da Europa, do mundo árabe e dos Estados Unidos.
"Essa é a maior apreensão de cocaína já feita por um governo na história do mundo", declarou.
"Não disparei um único míssil, nem matei ninguém para alcançar esse resultado. Os bombardeios com mísseis contra pessoas que estão em completa desvantagem de força não têm justificativa. Essas ações violam os tratados internacionais", afirmou.
Petro também destacou a apreensão recente de quase 8 toneladas de cocaína em portos europeus, realizada com apoio das polícias da Espanha, Suécia, Alemanha e Portugal. A operação ocorreu sem nenhuma morte, e 38 pessoas foram presas com vida. As nacionalidades dos detidos ainda não foram divulgadas.
De acordo com o presidente, a droga estava escondida em contêineres nos portos e em uma lancha rápida. A ação contou com a colaboração da Marinha da Colômbia e foi certificada pelo "Equipo de Análisis Táctico JIATFS", com participação de autoridades da Espanha, Malta, Suécia, Alemanha, França, Portugal e da Agência NCA, além da Inteligência Naval RINCA.
Segundo o relatório, sete ações foram realizadas: cinco inspeções de contêineres em navios cargueiros e duas operações marítimas, com 18 mandados de busca e uma interdição de embarcação do tipo "go-fast", usada para transporte rápido de drogas.
Foram apreendidos 7.887 quilos de cloridrato de cocaína, 1.056 galões de combustível, quatro armas longas, uma arma curta, um sistema antidrones, 15 veículos de luxo e 150 mil euros em espécie.
"Esses fatos desmentem a versão do governo dos Estados Unidos", escreveu Petro, em referência à morte de 14 pessoas nesta terça-feira em novo ataque dos EUA a quatro lanchas no Caribe.
Para ele, os resultados de seu governo comprovam que é possível combater o narcotráfico com inteligência, cooperação internacional e respeito aos direitos humanos.