ONU volta a debater fim do embargo dos EUA à Cuba

A Assembleia Geral debaterá pela 32ª vez as sanções norte-americanas enquanto Cuba denuncia "pressão sem precedentes" de Washington para alterar votos tradicionais a favor do fim dos bloqueios à ilha caribenha.

A Assembleia Geral da ONU iniciou nesta terça-feira (28) o debate anual sobre o embargo econômico, comercial e financeiro que os Estados Unidos mantêm contra Cuba há mais de seis décadas.

A votação da resolução que pede o fim do bloqueio ocorrerá nesta quarta-feira (29), repetindo o ritual diplomático estabelecido desde 1992.

"Defenderemos a verdade de Cuba e da comunidade internacional que o governo dos EUA pretende manipular e alterar sob pressões", afirmou o chanceler cubano Bruno Rodríguez no X.

Acusações de pressão diplomática

Na semana passada, Rodríguez denunciou uma "campanha de pressão sem precedentes" por parte de Washington para influenciar o voto dos países membros. O chanceler cubano afirmou possuir "informação confiável" sobre o assunto. O objetivo seria "induzir [os países da América Latina e Europa] ou obrigá-los a modificar sua posição tradicional" de apoio à resolução.

Rodríguez acrescentou que, através de mensagens "caluniosas", os EUA estariam tentando fazer crer que Cuba teria se envolvido no conflito na Ucrânia, usando isso como justificativa para intensificar o bloqueio à ilha caribenha.

Posição norte-americana

A missão dos Estados Unidos na ONU apelou abertamente aos Estados-membros para votarem contra a resolução cubana. A postura contrasta com o apoio quase unânime que a medida tem recebido historicamente na Assembleia Geral.

Como tem sido costume nos últimos anos, em 2024, a resolução obteve apoio quase unânime na ONU, alcançando 187 votos a favor, uma abstenção (Moldávia) e dois contra (dos EUA e Israel).