O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, denunciou em sua intervenção na III Conferência Internacional de Segurança Eurasiática de Minsk, capital de Belarus, que os países ocidentais não escondem seus preparativos para uma nova grande guerra no continente europeu.
Lavrov observou que, atualmente, alguns líderes europeus "insinuam que se deveria pensar em um novo sistema de segurança europeu, mas imediatamente acrescentam que este não deve incluir nem Belarus nem a Rússia".
É o caso, por exemplo, da iniciativa do presidente francês, Emmanuel Macron, da "chamada Comunidade Política Europeia, à qual ele conscientemente e publicamente se recusou a convidar a Rússia e Belarus", países cuja política provoca rejeição no Ocidente, indicou Lavrov.
"E é claro que eles também não escondem os preparativos que estão realizando a oeste do Estado da União da Rússia e de Belarus, preparativos para uma nova grande guerra europeia, e que estão construindo uma coalizão com esse objetivo", denunciou.
Em julho, a França e o Reino Unido concordaram em coordenar suas forças nucleares e "criaram uma espécie de Entente para o desenvolvimento de sistemas de mísseis", lembrou Lavrov.
A Alemanha e o Reino Unido assinaram "um acordo que, em essência, é de cooperação militar e, agora, literalmente há alguns dias, começaram a ouvir vozes em Londres sobre dar a essa cooperação militar anglo-alemã até mesmo uma dimensão nuclear".
Lavrov destacou também que os planos da OTAN no Ártico, região que Moscou e "a maioria dos países sensatos" gostariam de ver como "um território de paz e cooperação", são motivo de preocupação.
"Absurdo" sobre suposta ameaça russa
O chanceler russo destacou que os países europeus estão aumentando seus investimentos bélicos, realizando exercícios em grande escala e aperfeiçoando a logística para o transporte de tropas para a Frente Oriental, utilizando até mesmo a infraestrutura de países que não fazem parte da OTAN.
Lavrov sublinhou que Moscou nunca teve nem tem a intenção de atacar qualquer país membro atual da OTAN ou da União Europeia. O ministro russo destacou que os líderes ocidentais inventaram "esse absurdo" sobre a suposta ameaça russa e a repetem conscientemente "enganando seus próprios povos".