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Operação de Bandeira Falsa: Maduro comenta captura de mercenários ligados à CIA

O presidente confirmou que entre 25 e 26 de outubro, "uma série de prisões foram feitas de indivíduos que se acredita fazerem parte de um grupo de mercenários treinados e financiados pela CIA".
Operação de Bandeira Falsa: Maduro comenta captura de mercenários ligados à CIAGettyimages.ru / Jesus Vargas

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, confirmou na segunda-feira (27) que seu governo frustrou uma operação de bandeira falsa planejada pela Agência Central de Inteligência dos EUA (CIA). Anteriormente, o ministro do Interior, Justiça e Paz, Diosdado Cabello, anunciou a prisão de três pessoas ligadas à agência americana.

Segundo ele, a ação seria executada nas águas de Trinidad e Tobago para justificar uma agressão militar norte-americana contra a Venezuela.

"O governo de Trinidad e Tobago recebeu provas [da preparação de uma operação de bandeira falsa]. Não estamos dando nenhuma prova ao governo dos EUA, porque eles, juntamente com a CIA, estão por trás de tudo isso", disse Maduro em seu programa Con Maduro+.

O líder venezuelano afirmou que decidiu não compartilhar informações com Washington, uma vez que, em episódio anterior — o atentado contra a missão diplomática dos EUA em Caracas —, as autoridades americanas protegeram os suspeitos: "Demos a eles nomes e sobrenomes, hora, lugar, tudo, e eles saíram para protegê-los aqui na Venezuela, para escondê-los", declarou.

A mão da CIA

Maduro informou que, entre 25 e 26 de outubro, "foram efetuadas uma série de prisões do que poderia ser um grupo de mercenários preparado e financiado pela CIA", o que teria levado à descoberta de um plano de auto-ataque contra embarcações dos EUA. Disse ainda que o governo de Trinidad e Tobago foi informado e “tomou nota publicamente”.

"Qual era a intenção disso? O mesmo que aconteceu com o encouraçado Maine em 1898, em Cuba (...). Foi uma provocação, um dano auto-infligido para se envolver na guerra", afirmou, comparando o caso também ao incidente do Golfo de Tonkin, usado como justificativa para a entrada dos EUA na Guerra do Vietnã.

"Era isso que se pretendia com o navio que trouxeram para Trinidad e Tobago, onde, infelizmente, a primeira-ministra [Persad-Bissessar] é uma cafetina belicista, devido às suas próprias fraquezas pessoais — físicas, mentais e morais", disse.

Agressões dos EUA

Os EUA destacaram em agosto um contingente militar na região e vêm conduzindo operações e bombardeios próximos ao litoral venezuelano, sob o pretexto de combater o narcotráfico.

O presidente americano Donald Trump acusou, sem provas, os líderes da Venezuela e da Colômbia, Nicolás Maduro e Gustavo Petro, de chefiar redes de tráfico de drogas. As sanções impostas a Petro agravaram a tensão entre Bogotá e Washington.

Maduro afirma que seu país é alvo de "uma guerra multiforme" conduzida pelos EUA para "impor uma mudança de regime" e "roubar petróleo, gás, ouro e todos os recursos naturais" da Venezuela.

  • Como resposta, a Venezuela convocou alistamento voluntário na Milícia Bolivariana e lançou o plano Independência 200, com exercícios militares nas áreas costeiras do país.
  • Em reunião do Conselho de Segurança, a Rússia denunciou Washington por promover uma "campanha descarada de pressão política, militar e psicológica" para derrubar o governo venezuelano.