Israel não interromperá a guerra em Gaza mesmo com a libertação de reféns
Israel não encerrará a guerra contra o grupo palestino Hamas, inclusive se os reféns mantidos pelo grupo militante na Faixa de Gaza forem libertados, informou neste sábado o jornalista israelense Suleiman Maswadeh, citando uma "fonte política" anônima do Governo do país judeu.
"Contrariamente às publicações [da mídia], Israel não aceitará, sob nenhuma circunstância, o fim da guerra como parte de um acordo para libertar nossos sequestrados", disse a fonte. Além disso, afirmou que "o escalão político" havia decidido que as Forças de Defesa de Israel (FDI) "entrarão em Rafah [cidade de Gaza] e destruirão os batalhões do Hamas que ainda permanecem ali, independentemente de haver ou não uma pausa temporária para a libertação de nossos reféns".
A fonte referiu-se a uma proposta do país judeu para um cessar-fogo de 40 dias e uma troca de prisioneiros palestinos por reféns, em meio a relatos de que o Exército israelense está se preparando para lançar uma ofensiva em Rafah, repleta de refugiados gazaenses chegando de outras áreas do enclave palestino.
As declarações da fonte concordam com as do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, no início desta semana. "A ideia de que interromperemos a guerra antes de atingirmos nossos objetivos está fora de questão. Vamos entrar em Rafah e eliminaremos os batalhões do Hamas lá, com ou sem um acordo, para alcançar a vitória completa", disse na ocasião Netanyahu.
Por sua vez, um funcionário de alto escalão, não identificado, do Hamas relatou à AFP que o grupo "não aceitará, sob nenhuma circunstância, um acordo que não inclua explicitamente o fim da guerra em Gaza". "Não haverá um acordo sem um cessar-fogo completo e a retirada da ocupação de toda a Faixa de Gaza", reiterou após uma delegação de negociadores ter viajado neste sábado ao Egito para dar uma resposta à proposta israelense.