
Kremlin avalia oportunidade de nova reunião entre Putin e Trump

A Rússia continua disposta a realizar uma reunião entre o presidente russo, Vladimir Putin, e seu homólogo dos EUA, Donald Trump, caso esse encontro seja preparado com antecedência por especialistas, declarou o assessor presidencial Yuri Ushakov.
"Mantém-se a disposição, em princípio, de realizar a reunião, se ela for preparada previamente por especialistas", disse Ushakov nesta segunda-feira (27) ao jornalista Pavel Zarubin.
De acordo com o assessor presidencial, ainda não há referências sobre a possível data da cúpula em questão. Quando questionado se a reunião poderia ser realizada ainda neste ano, Ushakov respondeu não saber, mas destacou a agilidade para organizarem a última cúpula, celebrada no Alasca: "Lembrem-se de como concordamos rapidamente em realizar [a reunião em] Anchorage".
Reunião adiada
Na última semana, Trump anunciou o cancelamento de sua reunião com Putin, acordada durante a última conversa pelo telefone entre os líderes. "Não me pareceu certo me reunir com ele. Não acreditei que chegaríamos onde precisávamos chegar", disse ele.

Por sua vez, o presidente russo informou que, durante a ligação, foi a parte americana que propôs a realização do encontro em Budapeste. "Concordei com isso, mas expressei minhas considerações a respeito e disse que, sem dúvida, esse tipo de reunião deve ser bem preparada", afirmou Putin. "Tanto para mim quanto para o presidente norte-americano, seria um erro levar isso na brincadeira e sair da reunião sem o resultado esperado", acrescentou.
Por sua vez, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, explicou que as datas exatas da cúpula nunca foram anunciadas oficialmente nem acordadas. "Era muito difícil frustrar algo sobre o qual não havia acordos concretos", indicou.
- Os líderes tiveram uma reunião histórica na cidade de Anchorage (Alasca) em 15 de agosto. Em outubro deste ano, respondendo à pergunta sobre se o "impulso de Anchorage" havia se esgotado, o líder russo afirmou que ambos concordaram em "refletir” sobre um plano para pôr fim ao conflito ucraniano por "meios pacíficos", o que, segundo ele, são "questões complexas que exigem uma análise mais profunda".
- Moscou tem reiterado sua disposição de resolver a crise ucraniana por via diplomática, apontando que suas causas fundamentais, como a expansão da OTAN e a discriminação dos falantes de russo na Ucrânia, devem ser abordadas. Assim, Putin indicou durante a cúpula com Trump no Alasca em agosto que Moscou deseja alcançar uma paz duradoura e sustentável, e não um cessar-fogo temporário.
