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Europa continua comprando gás russo apesar de novo pacote de sanções, afirma The Guardian

Desde o início da operação militar especial na Ucrânia até o final de setembro de 2025, a UE adquiriu 42 bilhões de euros em GNL russo.
Europa continua comprando gás russo apesar de novo pacote de sanções, afirma The GuardianGettyimages.ru

A União Europeia, apesar de impor o 19º pacote de sanções do bloco contra a Rússia, continua sendo um ator central no comércio de energia russo, revelam dados do CREA, Kpler, Eurostat e ENTSOG, citados pelo The Guardian no domingo (26). 

Segundo o jornal, metade das exportações de GNL russo tem como destino a União Europeia, seguida pela China (22%) e pelo Japão (18%). Desde o início da operação militar especial na Ucrânia até o final de setembro de 2025, a UE adquiriu 42 bilhões de euros em GNL russo. O bloco também continua sendo o maior comprador de gás russo proveniente de gasodutos, respondendo por 35% dos volumes, à frente da China (30%) e da Turquia (29%).

Maiores importadores

Em setembro, Hungria e Eslováquia foram os maiores importadores de gás russo na União Europeia, adquirindo 393 milhões e 207 milhões de euros em combustíveis fósseis da Rússia, respectivamente. França, Bélgica e Países Baixos também continuam a importar gás russo. No ano passado, a França foi o terceiro maior comprador europeu de gás russo, com um valor total de 153 milhões de euros, exclusivamente na forma de GNL, parte do qual foi então reexportado para a Alemanha. A Bélgica, o quarto maior importador, comprou 92 milhões de euros de GNL russo, enquanto que os Países Baixos importaram 62 milhões de euros.

Em artigo publicado em 23 de outubro, a Bloomberg descartou a possibilidade de os países da UE cortarem completamente o fornecimento de gás russo. Especialistas observaram que os volumes de compra em 2024 aumentaram de 15% para 20% apesar dos planos previamente anunciados pelas autoridades europeias de abandonar a compra de hidrocarbonetos russos.

A Rússia, por sua vez, considera as sanções ocidentais ilegais e exige seu levantamento. O presidente Vladimir Putin enfatizou repetidamente que os próprios Estados da União Europeia estão sofrendo com as consequências econômicas de tais medidas restritivas.