O que está acontecendo com os regimes governantes nos países bálticos (Estônia, Letônia e Lituânia) "é o neonazismo como tal", denunciou no domingo (26) a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova.
Segundo Zakharova, trata-se de governos "que não foram formados com base em princípios democráticos, mas implantados na forma de burocracia a partir de Bruxelas, que se alimentam e recebem a tutela de fontes ocidentais".
A porta-voz lembrou o documentário soviético "O Fascismo Ordinário" (1965, dirigido por Mikhail Romm) alertando sobre o retorno de tendências fascistas e nazistas, que representariam "um perigo que pode ser reencarnado" na atualidade. Para ela, os países bálticos e a Ucrânia são exemplos onde "a praga do século XXI ganha velocidade".
Casos de perseguição
Zakharova citou como sintomas dessa tendência a proibição de entrada de cidadãos russos nesses países e restrições à saída.
Um dos exemplos é o caso de um veterano de 98 anos da Segunda Guerra Mundial forçado a retornar à Rússia após viver mais de 60 anos na Letônia.
As autoridades letãs recusaram-se a renovar a permissão de residência dele quando o idoso se negou a condenar a operação militar russa na Ucrânia. Ele respondeu que não ia condenar porque havia lutado pela Rússia contra a Alemanha nazista.
Já em junho, o deputado letão Alexey Roslikov foi expulso do parlamento em Riga e proibido de entrar na Estônia após discurso em defesa da população de língua russa. No mesmo mês, os três países bálticos notificaram a ONU sobre sua retirada da Convenção de Ottawa que proíbe minas antipessoal, acentuando as tensões regionais.