'Se depender do Trump e de mim, vai ter acordo', diz Lula após reunião com presidente americano

Após se reunir com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) declarou em coletiva de imprensa na manhã de segunda-feira (27), na Malásia, que as tratativas entre os dois chefes de Estado foram "surpreendentemente boas".

Lula mostrou-se confiante em um acordo entre os países sobre o tarifaço de até 50% aplicado pelos EUA ao Brasil, que, segundo ele, pode ser concretizado "em poucos dias".

O presidente brasileiro afirmou que, a partir de agora, não haverá mais intermediários nas negociações com os EUA. Lula reconheceu que Trump tem o direito de aplicar tarifas a outros países, mas criticou as decisões americanas, alegando que foram baseadas em informações equivocadas.

"O que não pode é acontecer o que aconteceu com o Brasil, com base em informações equivocadas, tomar uma decisão de taxar o Brasil em 50%. Ele sabe disso porque eu tive a oportunidade de dizer, agora não tem mais intermediário. Agora é o presidente Lula com o presidente Trump", disse Lula.

Bolsonaro "faz parte do passado"

O presidente brasileiro foi questionado por jornalistas sobre a relação entre Trump e Jair Bolsonaro. Lula respondeu que o ex-presidente "faz parte do passado da política brasileira" e que o presidente americano "sabe que rei morto, rei posto".

"Disse pra ele que foi o julgamento [de Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal] sério, com provas contundentes. Disse a gravidade do que tentaram fazer, do plano para matar a mim, meu vice e o ministro Alexandre de Moraes. E que tiveram um direito de defesa que não tive. Ele sabe que rei 'morto, rei posto'. Bolsonaro faz parte do passado", declarou Lula.

"Em três reuniões que você fizer comigo, você vai perceber que Bolsonaro não era nada, praticamente", complementou.

Lula fala sobre tensão entre EUA e Venezuela

Sobre a crescente tensão entre os Estados Unidos e a Venezuela, Lula afirmou ter manifestado preocupação com o agravamento da situação. Segundo ele, é fundamental que se leve em conta a experiência do Brasil como potência regional e mediador natural na América do Sul.

O presidente se colocou à disposição para colaborar em eventuais negociações entre os países, caso necessário.

"Nós queremos manter a América do Sul como zona de paz. Nós não queremos trazer os conflitos de outras regiões para o nosso continente", declarou.

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