Breno Rodrigues, mestrando em Geografia Física na Universidade do Estado de São Paulo, identificou vestígios de testes nucleares dos anos 1960 em uma área entre Eldorado e Sete Barras, no interior paulista, em uma pesquisa que ganhou destaque na imprensa brasileira.
Embora os níveis de radiação encontrados na área — escolhida por ser pouco alterada pela ação humana — possam ser medidos por décadas ou até séculos, eles não representam risco à saúde. Segundo a Agência Brasil, esses vestígios servem como "referência para contar a história da Terra e o impacto da humanidade sobre ela".
"Nós confirmamos e reforçamos a ocorrência residual de Césio-137 nos sedimentos do Rio Ribeira, compatível com o fallout atmosférico da Guerra Fria, porém concluímos que a distribuição do Césio entre os pontos de amostragem é descontínua em função da dinâmica fluvial e dos processos associados aos solos nas planícies", explicou Rodrigues ao veículo.
Em outras palavras, o Césio-137 provavelmente veio da chuva radioativa que caiu na Terra depois dos testes nucleares feitos durante a Guerra Fria. Esses traços não estão distribuídos de forma igual, devido ao jeito que o rio e o solo se comportam.
Toda explosão nuclear libera calor e ondas de choque, mas também espalha partículas radioativas, conhecidas como fallout ou chuva radioativa.
A maior parte dessas partículas cai próxima ao local do teste, mas o vento pode transportá-las para regiões distantes.