O presidente Donald Trump emitiu neste sábado (25), pelas redes sociais, um ultimato ao Hamas, afirmando que o grupo palestino tem 48 horas para retomar o cumprimento de suas obrigações no acordo de paz firmado com Israel.
"Quando eu disse: 'Ambos os lados seriam tratados de forma justa', isso só se aplica se cumprirem suas obrigações. Vamos ver o que farão nas próximas 48 horas. Estou acompanhando isso muito de perto", escreveu Trump na plataforma Truth Social, exigindo a devolução dos corpos de todos os reféns.
Menos comentado que as declarações, o governo Trump também estaria fazendo ameaças ao premiê israelense Benjamin Netanyahu. Um jornalista do portal Axios disse ter conversado com um alto oficial norte‑americano, que o advertiu de que, se o premiê permitir o colapso do acordo de cessar‑fogo entre Israel e o Hamas, enfrentará consequências severas.
Falando em hebraico no Channel 12, Barak Ravid, correspondente do Axios, disse que um oficial norte‑americano o alertou: "Netanyahu está andando numa corda bamba muito fina com o presidente Trump. Se ele continuar assim, vai acabar estragando o acordo, e se estragar o acordo, Donald Trump vai ferrar com ele".
O oficial também teria dito a Ravid que J.D. Vance, vice-presidente dos EUA, não ficou satisfeito com as notícias de que o Knesset deu aprovação preliminar, na quarta-feira, a dois projetos de lei não vinculativos relacionados à anexação de partes da Cisjordânia ocupada.
- No dia 10 de outubro entrou em vigor o cessar-fogo entre Israel e o Hamas, iniciando a primeira fase do plano de paz. Em 13 de outubro, o grupo palestino liberou reféns israelenses; em retribuição, Israel soltou prisioneiros e detidos palestinos.
- Posteriormente, Israel restringiu a entrada de ajuda humanitária na Faixa de Gaza, permitindo apenas metade dos caminhões acordados e atrasando a reabertura do posto de Rafah, alegando que o Hamas demora a entregar os corpos dos reféns mortos.
- As autoridades da Faixa de Gaza denunciaram que as forças israelenses violaram o cessar-fogo 47 vezes, causando 38 mortes e 143 feridos.