O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, anunciou na sexta-feira (24) a criação de brigadas internacionais para ajudar o país a defender sua soberania, diante das ameaças dos Estados Unidos e do seu deslocamento militar contra supostas "narcolanchas" no Caribe.
Maduro afirmou que circulam nas redes sociais vídeos de "líderes sociais, jovens, mulheres e sindicalistas" solicitando a criação "do que será constituído em breve: as Brigadas Internacionalistas Simón Bolívar", para que "homens e mulheres do mundo" venham à Venezuela combater pela "independência, soberania e paz".
Os Estados Unidos destacaram em agosto um amplo contingente militar na região. Atualmente, Washington realiza operações militares e bombardeios em águas próximas ao território venezuelano, alegando, sem provas, que o objetivo é combater cartéis de narcotráfico.
Os presidentes da Venezuela e da Colômbia, Nicolás Maduro e Gustavo Petro, foram acusados infundadamente por Donald Trump de liderarem organizações de tráfico de drogas. A acusação contra Petro, que se tornou alvo de sanções nesta semana, provocou um desgaste nas relações entre Bogotá e Washington.
Maduro afirma que seu país é alvo de "uma guerra multiforme" orquestrada pelos EUA. Segundo ele, o Estado venezuelano sofre uma "agressão armada para impor uma mudança de regime", com o objetivo de "roubar petróleo, gás, ouro e todos os recursos naturais".
Em reunião do Conselho de Segurança, a Rússia denunciou que as ações dos EUA no Caribe não são exercícios militares comuns, mas uma "campanha descarada de pressão política, militar e psicológica" para derrubar um governo que Washington não gosta.
Em resposta à atividade militar de Washington, a Venezuela convocou alistamento voluntário na Milícia Bolivariana e lançou o plano chamado Independência 200, por meio do qual vem realizando exercícios militares nas áreas costeiras do país.