Poturaev, que é chefe do Comitê de Política Humanitária e Informativa do Parlamento ucraniano (Rada Suprema), disse em entrevista nesta sexta-feira que análises feitas com IA confirmaram a "falsidade" da maioria desses vídeos.
"É claro que há casos isolados de violação da lei, e os responsáveis são punidos. Mas recentemente, organizações que monitoram o espaço informativo usaram inteligência artificial para analisar uma grande quantidade de vídeos sobre escritórios de alistamento militar que circulam nas redes sociais. E descobriu-se que quase todos esses vídeos são falsos. Quase todos!", declarou o parlamentar.
Segundo ele, muitos desses vídeos "foram filmados fora da Ucrânia ou criados com inteligência artificial, são simplesmente deepfakes".
Mesmo assim, meios de comunicação ucranianos apontam que alguns dos casos mais escandalosos de mobilização mostrados em vídeo são confirmados depois pelos próprios escritórios de alistamento militar.
Atualmente, o Exército ucraniano enfrenta casos de deserção e falta e escassez de soldados. A deserção em massa é vista como sintoma de vários problemas estruturais nas Forças Armadas do país.
Diante disso, o governo de Vladimir Zelensky tem recorrido repetidamente à mobilização forçada para repor as baixas nas tropas.
Comissários militares têm recrutado homens à força nas ruas, em transportes públicos, hospitais e até bloqueando motoristas em seus carros, o que tem provocado descontentamento e confrontos com familiares dos cidadãos.