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Após fala polêmica, governo Lula divulga dados mostrando atuação contra crime organizado

Anteriormente, o presidente gerou polêmica ao afirmar que traficantes são ''vítimas'' dos usuários de drogas, argumentando que há "gente que vende porque tem gente que compra".
Após fala polêmica, governo Lula divulga dados mostrando atuação contra crime organizadoRovena Rosa - Agência Brasil

A Secretaria de Comunicação Social divulgou nesta sexta-feira (24) uma nota destacando os avanços do governo de Luiz Inácio Lula da Silva no combate ao crime organizado. Segundo o comunicado, essas organizações criminosas têm sofrido "perdas nunca antes vistas", graças ao pesado "investimento em ações de inteligência, à integração entre as diferentes forças de segurança e à repressão à lavagem de dinheiro".

No documento, observa-se que, em dois anos, o número de operações contra o crime organizado "praticamente dobrou", passando de 1.875 em 2022, último ano do governo de Jair Bolsonaro, para 3.393 em 2024.

Também é feito um resgate sobre a megaoperação realizada no final de agosto contra uma ala do Primeiro Comando da Capital (PCC), que através de um esquema ilegal, sonegava cerca de R$ 7,6 bilhões de reais em impostos federais, estaduais e municipais:

"Em agosto deste ano, a maior operação da história contra o crime organizado atingiu o cérebro financeiro de uma rede mafiosa que, entre outras ações, falsificava combustíveis e realizava a lavagem do dinheiro proveniente de atividades ilícitas", lê-se no documento.

"Ações efetivas e resultados históricos contra as organizações criminosas reafirmam o compromisso do Governo do Brasil com a segurança das famílias do país. O Governo do Brasil segue firme contra o crime organizado e do lado do povo brasileiro", conclui a nota.

Fala polêmica

A nota é publicada após Lula ter afirmado, ao abordar o combate ao narcotráfico, que narcotraficantes são ''vítimas'' dos usuários de drogas:

"Toda vez que a gente fala de combater as drogas, possivelmente, fosse mais fácil a gente combater os nossos viciados internamente, os usuários. Os usuários são responsáveis pelos traficantes, que são vítimas dos usuários também", afirmou na ocasião, argumentando que há "gente que vende porque tem gente que compra".

A declaração foi repercutida por políticos de oposição e críticos do ex-presidente, que interpretaram suas palavras como uma forma de complacência com o narcotráfico.